12,77% da população tiveram dengue em 2013

Dados oficiais da Vigilância em Saúde, divulgados ontem durante a reunião do Comitê de Combate à Dengue, apontam que 12,77% da população de Paranavaí contraíram a doença em 2013.
Oficialmente são 10.429 notificações e 9.912 casos positivos. As preocupações voltam em 2014.  Até o dia 15 de janeiro foram 18 notificações, mas ainda sem confirmações por exames. O último caso confirmado foi no dia 29 de dezembro.
Embora o número divulgado seja representativo, ainda não mostra a realidade da doença. De acordo com o diretor da Vigilância em Saúde, Randal Calil Fadel, há estudos que admitem a multiplicação por cinco, já que parte dos pacientes não apresenta sintomas ou apenas pequenos incômodos e deixam de buscar assistência.
Um erro que pode agravar o estado do paciente e contribuir para disseminar a doença. Isso porque em todo caso suspeito a Vigilância realiza imediatamente o bloqueio, ou seja, pulverização de inseticida nas proximidades da residência do doente.
O objetivo é matar o mosquito adulto e, com isso, reduzir a possibilidade de transmissão a partir do novo caso. Sem notificação, o bloqueio não acontece. O bloqueio é fundamental para manter a doença sob controle, analisa Fadel. Tanto que os profissionais de saúde são orientados a comunicar imediatamente.
PARTICIPAÇÃO – O secretário de Saúde do município, Agamenon Arruda de Souza, trabalha com um número aproximado de 30 mil pessoas com dengue no ano passado. Ele aproveita para pedir que tais pessoas sejam fiscais no controle, pois sentiram na pele a dor de contrair a doença. “Precisamos que todos nos ajudem”, reitera, lembrando que também contraiu dengue na epidemia do ano passado, a maior de todos os tempos.
A “convocação” às vítimas da dengue foi feita durante o momento mais tenso da reunião do comitê, quando lideranças de saúde questionaram o número de agentes de campo disponibilizados pelo município para fazer a fiscalização de casa em casa. Chefe da Divisão de Vigilância em Saúde da 14ª Regional, Walter Sordi Júnior renovou a preocupação, pedindo que os fiscais se concentrem exclusivamente na busca por residência.  
O Ministério da Saúde recomenda um agente para cada 800 a 1.000 imóveis. Levando em conta que a cidade possui 44.615 imóveis cadastrados, o número ideal é de 55 agentes de campo, totalizando seis ciclos de visitas ao ano, ou seja, uma visita a cada dois meses.  
Fadel justifica que o município está trabalhando na recomposição do quadro. Desde o meio do ano passado fora contratados mais 06 agentes. A sua expectativa é de que o quadro esteja completo até junho deste ano.
O secretário Arruda de Souza justificou que os supervisores também atuam no campo e contribuem para atingir o número preconizado. Ele entende que o número de agentes não resolve os problemas e que toda a população deve fazer uma parte, especialmente os “30 mil que pegaram a dengue”.
A promotora de Meio Ambiente e Saúde Pública, Susy Mara de Oliveira, fez considerações acerca da legalidade. Também sugeriu um novo trabalho junto às associações de moradores. Pela proposta, elas serão multiplicadoras, a partir de palestras por parte da equipe do comitê.

SITUAÇÃO PREOCUPANTE EM TODA A REGIÃO

Walter Sordi Júnior traçou um panorama preocupante da dengue na região. Ele adverte que pessoas poderão morrer em consequência da doença, caso medidas não sejam tomadas.
Um óbito foi verificado neste mês. A paciente, que morava em Nova Londrina, tinha sintomas de dengue hemorrágica. O caso está em investigação.
Sordi lembra que é um conjunto de iniciativas, devendo ser implantadas na rotina das pessoas e do poder público. Até anteontem, 16 das 28 cidades de abrangência da Regional de Saúde, já haviam notificado casos suspeitos de dengue em 2014.
Foram 306 notificações, sendo 365 positivos e outros 259 a espera de resultado de exames. Por enquanto, apenas 12 foram descartados.
Os focos mais preocupantes no momento estão em Nova Londrina e Marilena. As cidades tiveram respectivamente 135 e 134 notificações. Elas estão em surto epidêmico, confirma o chefe da Divisão de Vigilância. Tanto que caminhões fazem a pulverização de veneno, objetivando reduzir a população de mosquito adulto.
Em Marilena, o LIRA – levantamento de Índice Rápido – mostrou que 6,06% dos imóveis tinham larvas do Aedes aegypti. O LIRA de Paranavaí mostrou 2,5% de incidência. A área que mais preocupa é a região do Distrito de Sumaré, onde foram constatados 4,2% de infestação. A maior infestação, conforme o LIRA, foi verificada em Nova Aliança do Ivaí. O Índice atingiu 11,29%.  A Organização Mundial de Saúde considera tolerável até 1% de infestação.