18 pessoas são presas acusadas de desviar R$ 6,6 milhões do IFPR
Na nota o MEC diz ainda que as investigações tiveram início a partir de uma auditoria solicitada em dezembro de 2011 pela pasta à CGU (Controladoria-Geral da União), que analisou convênios firmados entre o instituto e uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público).
Por isso, o MEC disse que apoia integralmente as investigações da CGU e trabalho da Polícia Federal na Operação.
Na Operação Sinapse, deflagrada ontem de manhã pela PF, 18 pessoas foram presas, entre elas, três servidores do IFPR, sob a acusação de desvio de recursos públicos destinados à educação técnica no Paraná.
A quadrilha é suspeita de ter desviado R$ 6,6 milhões do setor de ensino à distância do IFPR.
As investigações da PF tiveram início em março de 2012 e apontam que a quadrilha desviava recursos provenientes principalmente do Ministério da Educação desde 2009. O golpe era aplicado através de parcerias firmadas entre o IFPR e duas Oscips, que são uma espécie de ONG.
Havia projetos para cursos de ensino à distância superfaturados e serviços previstos em contratos não eram prestados. A quadrilha conseguiu até mesmo que alguns de seus integrantes fossem aprovados em concursos públicos para o IFPR de forma fraudulenta.
Cerca de 200 policiais participam da operação que, além dos 18 mandados de prisão, também cumpriram dez de condução coercitiva e 43 de busca e apreensão.
A operação aconteceu nas cidades de Curitiba e Cascavel, no Paraná, e em São Carlos e Sorocaba, em São Paulo.
Os integrantes do grupo vão responder por crimes contra a lei de licitações, estelionato, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, peculato e formação de quadrilha.
Operação contra desvios no MEC atinge
secretário de prevenção à corrupção da CGU
O secretário de prevenção à corrupção da CGU (Controladoria-Geral da União), Sérgio Nogueira Seabra, foi um dos alvos de operação deflagrada ontem pela Polícia Federal, que apura desvio de recursos federais para educação no Paraná.
A PF cumpriu mandado de busca e apreensão na casa em Brasília do secretário da CGU, que era parceira da investigação. Ele é suspeito de vazar informação privilegiada para o grupo investigado.
Funcionário de carreira da CGU, Seabra assumiu a secretaria de prevenção à corrupção e informações estratégicas da CGU em fevereiro deste ano. Entre agosto de 2011 e fevereiro, ele trabalhou como assessor de controle interno do MEC (Ministério da Educação).
Segundo a CGU, conversas telefônicas de Seabra foram interceptadas pela polícia, com autorização da Justiça, no período em que ele trabalhava no MEC.
Responsáveis pela investigação informam que não há, a princípio, indícios de que Seabra fazia parte do esquema de desvio de recursos. Mas ele teria sido flagrado advertindo os investigados, o que atrapalhou parte da investigação na avaliação da PF.