21 notificações de dengue em três dias

Paranavaí registrou 21 notificações de casos suspeitos de dengue de sábado até segunda-feira. A informação é da Vigilância em Saúde, que trabalha contra o tempo para fazer os chamados bloqueios e evitar uma nova epidemia. A cidade já contabilizou 66 casos positivos de dengue neste ano.
Ontem o diretor da Vigilância em Saúde, Randal Khalil Fadel voltou a mostrar preocupação com os números. Ele detalha que os casos da doença são espalhados por toda a cidade.
Há pontos considerados mais críticos, tais como os Jardins Santos Dumont e São Jorge, que já estão em surto, isto é, com incidência de muitos casos em pouco espaço de tempo.
O Santos Dumont apresentava 18 ocorrências até a semana passada, enquanto o São Jorge concentrava 11 constatações da doença.  
Para fazer frente ao problema, a principal arma é o bloqueio rápido. Por isso, toda vez que um médico considera o caso suspeito de dengue, a unidade de saúde deve notificar a Vigilância imediatamente.
A partir daí, agentes fazem o chamado bloqueio, que consiste em pulverizar veneno em um raio de 300 metros da casa do paciente. Com isso, reduz-se a população adulta do mosquito transmissor (Aedes aegypti), reduzindo a possibilidade de novos casos.
A política pública de controle e combate continua esbarrando na falta de participação da comunidade. Fadel Filho lembra que muita gente continua jogando lixo em terrenos baldios e descuidando dos próprios quintais. O apelo é para que todos evitem deixar água parada, condição para a proliferação do mosquito.
LIRA – Hoje deverá ser encerrado o trabalho de coleta de dados para a formação do LIRA – Levantamento de Índice Rápido – que visa identificar o percentual do mosquito Aedes aegypti na cidade. O último trabalho, realizado em janeiro, apontou 4,7% de infestação. A Organização mundial de Saúde – OMS – considera tolerável até 1%.
A partir do término do LIRA, a Vigilância deve reunir o Comitê de Combate à Dengue para debater estratégias de enfrentamento. A reunião acontece provavelmente ainda nesta semana.  
Advertindo que ainda não é possível estimar o resultado do LIRA, Fadel Filho entende que será baixo. Não significa tranquilidade, já que os números mudam rapidamente. Outro fator que deve interferir é a forte chuva do final de semana.
Ele explica que num primeiro momento a chuva forte “lava” os locais, incluindo os que estavam com larvas. No momento seguinte, acaba ajudando a formar outros criadouros por conta da água parada.