25% dos brasileiros tiveram crédito negado em maio

SÃO PAULO – O Indicador de Uso do Crédito apurado pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) revela que 25% dos brasileiros tiveram crédito negado no último mês de maio ao tentarem fazer uma compra a prazo ou contratarem algum tipo de empréstimo ou financiamento.
A principal razão para a negativa foi o fato de estarem com o nome inserido em cadastros de inadimplentes (10%) ou a falta de comprovação de renda (4%).
Dado que reforça o comportamento mais restritivo por parte dos credores é que 46% dos brasileiros consideram ‘difícil ou muito difícil’ contratar empréstimos ou linhas de financiamento. Apenas 13% dos consumidores avaliam o processo como fácil.
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a facilidade na obtenção de crédito nem sempre representa algo positivo para o consumidor.
“Crédito fácil e desburocratizado pode parecer algo positivo para quem precisa de dinheiro imediato para resolver um problema financeiro. Em muitos casos, porém, a contrapartida da agilidade e do crédito farto é a cobrança de taxas de juros muito elevadas. Nesses casos, se o consumidor não analisar a sua capacidade de pagamento, ele poderá ficar inadimplente e desajustar todo o seu orçamento”, alerta a economista.

Para 33%, fatura do cartão de crédito aumentou
Entre os brasileiros que se utilizaram do cartão de crédito (35%) em maio, a minoria (23%) conseguiu diminuir o valor da fatura. Para 38% ela se manteve em patamar estável na comparação com o mês anterior, ao passo que 33% observaram aumento no valor utilizado.
Desconsiderando os que não souberam responder o valor exato que gastaram no cartão (30%), o valor médio reportado pelos entrevistados foi de R$ 933.
As compras de supermercados lideraram entre os itens mais adquiridos via cartão de crédito, com 65% de menções. Em seguida surgem os gastos com remédios e farmácia (52%), roupas, calçados e acessórios (37%), combustível (35%) e gastos com bares e restaurantes (28%).
O educador financeiro do portal ‘Meu Bolso Feliz’, José Vignoli, aconselha que, a cada pagamento no cartão, o consumidor avalie o quanto a prestação comprometerá a sua renda.
“O cartão é um excelente instrumento de pagamento, pois ao contrário do crediário e do empréstimo, ele só cobra juros em casos de não pagamento ou pagamento mínimo da fatura. Isso requer organização do consumidor para que ele tenha a garantia de que não haverá atrasos ou uso do rotativo, uma vez que os juros superam os 300% ao ano quando não há quitação em dia”, alerta Vignoli.