71% temem ter de trabalhar na aposentadoria para garantir sustento
SÃO PAULO – Um levantamento realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) feito apenas com consumidores que se preparam para a aposentadoria revela que ter dinheiro para cuidar da saúde é o que mais motiva a formação desse tipo de reserva financeira, citado por 84% dos entrevistados. De forma geral, entre os que se organizam para a terceira idade, 85% disseram assumir essa tarefa como prioridade em suas vidas.
A pesquisa ainda revela que praticamente todos (96%) os entrevistados acreditam que o brasileiro deveria se organizar para a chegada da terceira idade e, desses, mais de um terço (36%) concorda que as pessoas deveriam pensar em formas alternativas de renda para não depender exclusivamente da Previdência Social.
Para outros 35%, é importante se preparar na juventude para não depender de terceiros no futuro, enquanto 20% pensam que é importante se preparar para a aposentadoria porque as pessoas precisam manter o mesmo padrão de vida da época em que trabalhavam.
Indagados se concordavam com uma série de afirmativas, 74% disseram ter o receio de passar dificuldades financeiras na aposentadoria e 71% temem ter de trabalhar mesmo com a idade avançada para garantir o próprio sustento.
No geral, 87% juntam dinheiro com medo de chegarem a essa fase da vida sem o conforto desejado. “A busca por segurança é o que leva esses consumidores a agirem de forma prática e disciplinada na construção de uma reserva financeira, que servirá de amparo para momentos de dificuldades muito comuns nessa fase da vida”, explica o educador financeiro do portal ‘Meu Bolso Feliz’, José Vignoli.
DIVIDIDOS QUANTO À REFORMA DA PREVIDÊNCIA – Sobre as mudanças nas regras da aposentadoria, os consumidores entrevistados mostram-se divididos. Enquanto 49% concordam que o caminho para a sustentabilidade do sistema de previdência no país seja a reforma da previdência, outros 51% discordam da necessidade de mudanças.
No mesmo sentido, 48% disseram que preferem mudar as regras atuais da previdência a ter de pagar mais impostos para sustentar os benefícios, opinião da qual 51% não concordam.
“A reforma da previdência é um tema polêmico, mas que deve ser discutido. Quanto mais o país demorar a enfrentar a realidade do déficit do orçamento, mais difícil será cobrir o rombo que separa a despesa da arrecadação, pois enquanto a população envelhece, haverá menos pessoas ativas contribuindo para o sistema previdenciário. A mudança do perfil demográfico brasileiro e o orçamento deficitário público já influenciam a opinião pública de que o Brasil terá de fazer mudanças profundas”, afirma a economista, Marcela Kawauti.