Paranaenses debatem duplicação da BR-376 com governo do MS
Um grupo de lideranças paranaenses se reúne hoje em Campo Grande com o governador do Mato Grosso do Sul (MS), Reinaldo Azambuja, e outras autoridades do estado vizinho. Na pauta, a proposta de duplicação da BR-376 de Paranavaí (PR) até Dourados (MS).
O trabalho é mais uma etapa importante na ideia de interligar os dois estados através de uma via duplicada. O encontro de lideranças está previsto para 15h30, na sede do Governo. Parte dos representantes do Paraná viajará de ônibus, com saída prevista para as 6h, da frente do Sindicato Rural.
Presidente da Associação dos Municípios do Noroeste Paranaense (Amunpar), Fran Boni confirma a lista com algumas autoridades – o deputado estadual Luiz Cláudio Romanelli, líder do Governo, deve representar a Assembleia Legislativa.
Já o engenheiro civil Nelson Leal vai representar o Poder Executivo. Ele é diretor do Departamento de Estradas e Rodagem (DER). Ainda de acordo com o presidente da Amunpar, pelo menos oito prefeitos da região estarão neste evento. A expectativa é de que diversos prefeitos do MS igualmente compareçam à reunião.
Além dos agentes políticos, também os segmentos econômicos e comunitários serão representados. São esperadas pessoas ligadas às cooperativas, universidades, além de entidades de classe.
A PROPOSTA INICIAL – A proposta inicial de duplicação segue a partir de Paranavaí, passando pelo Porto São José (Rio Paraná), chegando até Dourados, no MS. Envolve a atual BR-376, bem como as vias estaduais PR-577 e a MS-473, totalizando 120 km.
De grande proporção, o projeto deve obedecer algumas fases para se concretizar. No primeiro passo, as vias estaduais serão federalizadas (passando a ser BR-376, como já ocorreu no passado), abrindo espaço para os contratos de parceria e execução. No Paraná trata-se do trecho entre Nova Londrina e o Porto São José, da PR-577.
Além de audaciosa, a proposta corre contra o tempo. Isso porque os projetos (ambiental, civil, etc.) devem estar prontos até 2019 para apresentação ao Denit – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, do Ministério dos Transportes. Só a elaboração deve exigir alguns milhões em investimentos.
A necessidade de agilizar, explica o integrante da Sociedade Civil Organizada de Paranavaí, Demerval Silvestre, é que em 2021 vencem os contratos da maioria das concessões de rodovias do país. As novas concorrências já poderiam prever a duplicação Paraná/Mato Grosso do Sul, no modelo de PPP – Parceria Público-Privada.
BENEFÍCIOS
O projeto tem vantagens econômicas e sociais para os dois estados. Para o Mato Grosso do Sul, haveria uma redução de pelo menos 80 quilômetros no escoamento da safra até o porto. Hoje o mais utilizado pelo estado vizinho é o Porto de Santos (SP).
A duplicação contemplaria as cidades de Ivinhema, Campo Grande, Dourados, entre outras, que teria uma nova rota de interligação.
Com a duplicação, passaria a ser mais interessante a utilização do Porto de Paranaguá (PR) pelos mato-grossenses do sul. O primeiro benefício paranaense é justamente a oportunidade de ampliar a atuação da sua estrutura portuária.
Em linhas gerais, o projeto deve totalizar 95 quilômetros de duplicações, 30 quilômetros de pista simples, mais cinco quilômetros englobando a ponte sobre o Rio Paraná (2 km) e contornos em pista dupla (3 km). Custo estimado de R$ 850 milhões.