Corinthians pode até perder por dois gols de diferença que leva o caneco
A grande final do Paulistão 2017 acontece neste domingo, entre Corinthians e Ponte Preta. O técnico do Timão, Fábio Carille, disse ser um privilégio iniciar a carreira como treinador em um grupo tão unido.
“Meu papel é ser verdadeiro com todos. Vou te falar: é um privilégio começar em uma equipe dessa e com esse elenco. De entendimento, um correndo pelo outro. Para mim, é um privilégio”, disse.
Após construir uma grande vantagem no jogo de ida, com vitória por 3 a 0 em Campinas, o Corinthians pode até perder por dois gols de diferença na Arena Corinthians, que garante o título.
Em meio a esse cenário, Carille contou como foi o trabalho durante a semana para que a equipe mantenha o foco na partida final.
“Procurei manter a rotina de treinamentos. Claro que a cobrança na questão de cobrança e respeito foi maior. Sempre que consegue vitória como a de domingo há um relaxamento natural. Foi pregando respeito ao nosso trabalho e fechar com grande vitória para levantar o título”, afirmou.
Por fim, o treinador confirmou Camacho como titular no lugar de Rodriguinho e comentou sobre as variações táticas que podem ser utilizadas com a entrada do meia na equipe.
“Treinei duas situações. Um losango com Jadson na frente dos três jogadores, e o 4-1-4-1 com Camacho e Maycon na frente do Paulo Roberto. Gostei também do 4-2-3-1, com Léo Jabá e Clayton. Mas ontem defini que começo com Camacho”.
MILAGRE – "Teria de vir uma graça lá de cima, do céu", diz Jair Picerni, ao ser questionado pela reportagem da Gazeta Press sobre a possibilidade da Ponte Preta conquistar o título do Campeonato Paulista neste domingo, em Itaquera.
A derrota por 3 a 0 no Moisés Lucarelli, semana passada, abalou até mesmo aquele que já conseguiu superar o Corinthians pelo placar que hoje os torcedores da Macaca tanto sonham.
Em fevereiro de 1977, o então lateral Jair Picerni marcou um dos quatro gols da Ponte naquela que foi a maior goleada sobre o Timão até hoje, a única por 4 a 0.
"Eu lembro mais daquele jogo porque eu fiz gol. E gol de atacante. Isso se deve ao Carlos Alberto Torres, que começou a mostrar que os laterais podiam avançar e fazer mais do que só marcar", recorda Jair, sem esquecer da decepção ao fim da competição, contra o mesmo adversário. "Ganhamos quatro e perdemos a final. A expulsão do Rui (Rei) atrapalhou muito, ele era a nossa referência", lamenta.
Quem esteve do outro lado reconhece a superioridade e a força da Ponte Preta à época. Para o ex-centroavante Geraldão, famoso artilheiro corinthiano no histórico Estadual de 77, a derrota em Campinas foi dolorosa, mas por se tratar apenas da segunda rodada da competição, não teve efeitos tão desastrosos.
"A ponte tinha uma boa equipe, jogadores mais novos que os nossos, corriam mais, tinham mais preparo físico, mas o Corinthians daquela época era consciente, sabia que estava atrás de chegar na final para ser campeão. Aquele 4 a 0 não abalou", conta, sempre reconhecendo a boa fase do time campineiro.
"Eu lembro que, em 77, até chegar à final, tínhamos jogado quatro jogos com a Ponte e não ganhamos nenhum. Sabíamos que era um jogo difícil, como foi, mas a gente entrou mais tranquilo do que eles na final".
Se golear o atual Corinthians parece tarefa quase impossível, uma vitória por 3 a 0 ao menos dá a Ponte Preta a chance de decidir o título nos pênaltis.