Bauza: “A ética, no futebol, sempre perde”

Demitido da seleção argentina no dia 10 de abril, Edgardo Bauza se quebrou o silêncio sobre sua saída. Em entrevista ao jornal La Capital, “Patón” falou de sua paixão, a maior tristeza, de Jorge Sampaoli e da Federação Argentina (AFA).
O ex-São Paulo e San Lorenzo, lamentou as atitudes do atual treinador do Sevilla: “A ética, no futebol, sempre perde”.
“Por que em uma entrevista coletiva, ele negou (que tivesse sido contatado para assumir a Argentina), dizendo que havia um técnico trabalhando, mas eu sabia que ele vinha falando com alguns dirigentes”, explicou, se negando a citar nomes.
“Um dia um presidente de um clube me ligou para marcar uma conversa e eu lhe disse que enquanto houvesse um treinador no cargo deste clube, não conversaria. Assim que desliguei, entrei em contato com este treinador e disse: ‘cara, me ligaram para te substituir’. Não tem problema que Sampaoli fale, mas o que não me parece bom é que ele não foi transparente.”
Bauza ainda mostrou não estar nenhum pouco surpreso de sua saída: “Eu estava fora da seleção desde antes de estes novos dirigentes (Tapia, recém eleito presidente da AFA) assumirem”.
“Não me sacaram antes porque ganhamos do Chile. Se não, me tiravam antes. Tudo tem a ver com as questões políticas da AFA”, denunciou.
O ex-comandante ainda disse que o atual presidente é, antes de tudo, um político: “Não digo de maneira pejorativa, mas é a verdade”. “Tapia não me deu um argumento futebolístico (para me demitir). Não havia muita lógica nas suas palavras. O que ele sim me disse foi que a decisão foi tomada por ele, algo que tampouco é tanto assim”.
Bauza diz também que agora está tranquilo e admite que cometeu erros, apesar de ressaltar que “não eram tantos quanto dizia parte da imprensa.”
“Eu insisto, vim treinar aqui ganhando metade do que ganhava no São Paulo”, ressaltou, explicando que sempre foi uma ambição profissional sua treinar seu próprio país, “todo treinador quer”.
“A tristeza é porque ser treinador em uma Copa do Mundo é a única coisa que me falta como profissional. É o que completaria minha carreira”, lamentou.
Finalmente, Patón contou que sua paixão já tem data de aposentadoria.
“Fiz uma promessa à minha família de que deixarei de treinar dentro de três anos. O pessoal do Liga de Quito (time pelo qual Bauza venceu diversos títulos) sempre me espera para dar a chave do clube para eu fazer o que quiser. Tenho várias propostas concretas, algumas de clubes muito importantes, e de outras duas seleções. Eu sou feliz treinando. É uma paixão”. (Fonte: ESPN)