O caminho interior
Há quem diga que a vida não é um destino, com hora e local marcado, e sim uma jornada, um caminho. Esse caminho em nossas vidas está acontecendo agora nesse momento, como um fluxo de um rio, não está parado. A gente não tem como fugir do caminho, ninguém foge da jornada do existir. Há pessoas que tentam fugir de sua caminhada existencial, tais como os que vivem o tempo todo no mundo dos sonhos quase sempre inatingíveis ou vivendo das lembranças do passado. Quase sempre esses fatos ocorrem nas pessoas por elas encontrarem no curso de sua caminhada um obstáculo ou barreira, quando na verdade, esta barreira está dentro de nós. Para um, esse obstáculo pode ser um problema ou um peso a se carregar, mas para outro pode ser um apoio, uma referência, uma ajuda. O que acontece é que durante a nossa caminhada na vida, esta pode variar, tornando-se árida, por exemplo. Em nossa existência podemos passar por um deserto, por um lugar pedregoso, por situações onde abismos se manifestam, andando na beirada de precipícios, caminhando com dificuldade, e isso é inevitável. Dinheiro ou bens materiais não tem o poder de banir todas as dificuldades da existência, e por mais que a pessoa se proteja numa redoma ou em um abrigo nuclear, só ela sabe da agonia que está instalado em sua vida. Às vezes, nessa obsessão por segurança e proteção contra as dificuldades que possam vir a chegar, a pessoa instala dentro de si um “caminho” de agonia, de modo que do lado de fora, a pessoa pode estar se sentindo bem protegido, mas por dentro completamente devastado! Inevitavelmente somos forçados a viver com todas as contingencias da vida, sejam elas obstáculos, limites ou desafios, mas o que importa é a pessoa prosseguir com sensatez e perseverança o seu caminho. Agora, se do lado de dentro do indivíduo as coisas não encontrarem solução, pacificação, tranquilidade, sossego, a pessoa pode viajar para onde quiser, mas as agonias não irão cessar, e a vida vai continuar na mesma agitação e desespero, e quando passar pelo vale árido da existência, essa mesma pessoa vai sucumbir nesse deserto! Muitos de nós (inclusive eu) passamos por muitos vales áridos, alguns parecem verdadeiros desertos do Saara sem fim. Olhamos e não encontramos nenhum horizonte de vida, nenhuma perspectiva de melhora! E tudo que existe de nocivo em nossa volta grita contra a nossa esperança e fé! E as miragens que hoje se apresentam como assombrações, vão passar, porque elas estão fadadas a desaparecer, mas se eu perseverar no meu caminho interior em fé no coração, eu mesmo as verei sumirem, pois a vida me estimula a não ficar preso ou impregnado pelas más notícias do ambiente e nem das circunstancias ao meu redor. Portanto, não deixe que seu interior seja moldado pelo ambiente. Não sucumba a negatividade, ao mal humor, ao desespero, a desesperança, a auto vitimização. Não se sinta um coitadinho, ao contrário, limpe seu coração, sua alma, sua mente. Faça as coisas simples dentro de você, caminhe em fé e não desenvolva nenhuma paranoia persecutória, não fique neurótico, pois a vida é só como a vida é, o que importa é o que você carrega dentro de si. Projete em seu caminho interior o que tem de melhor dentro de você ao invés de introduzir o que existe de mais perverso e tóxico do lado de fora para dentro de sua existência. A maioria das pessoas vive o fluxo inverso. E nesse fluxo, a vida acaba tiranizando a consciência, aí o indivíduo vive circunstancias difíceis e essas circunstancias penetram, moldam e contaminam seu mundo interior. É do lado de dentro que vem o caminho que altera as coisas do lado de fora, por isso coloque sua consciência na simplicidade e em sabedoria. Meu desejo é para que você tenha descoberto que o que está acontecendo do lado de fora é real e existe mesmo, e a gente tem que cuidar dessas coisas, mas elas não são determinantes. O caminho determinante não está do lado de fora, e sim é aquele que habita em meu coração, é o meu interior que tem o poder de transformar lugares áridos em açudes cheios de graça e água fresca para saciar a nossa sede emocional.
Colaboração de Marcelo Fernando Rojas Rios Psicólogo. CRP 08/15517
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