Inadimplência atinge 58,9 milhões de brasileiros negativados em fevereiro
O número de pessoas físicas inadimplentes mostrou leve alta no mês de fevereiro, avançando 0,41% na comparação com o mesmo período de 2016, de acordo com o indicador elaborado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Apesar deste cenário de acomodação no número de negativados, os órgãos estimam que, em um ano, houve um saldo de 900 mil consumidores que passaram a fazer parte de listas de restrição de crédito.
No total, 58,9 milhões de brasileiros estão negativados, contra 58,0 milhões em 2016. Isso significa que, em termos percentuais, 39,25% dos brasileiros estão com o nome sujo.
A estimativa por faixa etária indica que é entre 30 e 39 anos a maior frequência de negativados, uma vez que em fevereiro quase metade dessa população (49,85%) estava com o nome incluído em listas de proteção ao crédito- um total de 17,0 milhões de pessoas.
Vale destacar ainda que uma quantidade significativa das pessoas entre 40 e 49 anos está inadimplente (46,86%, ou 12,9 milhões, em números absolutos), bem como entre os consumidores de 25 a 39 anos (46,81%, ou 8,0 milhões).
O presidente da CNDL, Honório Pinheiro, destaca que o fenômeno de desaceleração do crescimento da inadimplência vem desde o segundo trimestre de 2016 e é influenciado pelo cenário recessivo.
“Com a redução da capacidade de pagamento e de tomada de crédito pelas famílias, há mais dificuldade do consumidor se endividar e, com menos dívidas, é mais difícil que ele se torne inadimplente”, explica Honório Pinheiro.
A região com menor número relativo de negativados é a Sul, com 37,06%, ou 8,25 milhões de residentes adultos nesta situação.
Dívidas caem -3,53% em fevereiro
No mês de fevereiro, o indicador do SPC Brasil e da CNDL também analisou que houve variação negativa de -3,53% no volume de dívidas em nome de pessoas físicas na comparação com o mesmo mês de 2016. Esta foi a menor variação de toda a série histórica.
Os dados por setores revelam que os segmentos de bancos e água e luz apresentaram aumento no número de dívidas em 12 meses, com altas de 0,59% e 7,27% respectivamente. Por outro lado, o setor de comunicação teve a maior queda, com 18,61% na comparação com fevereiro de 2016.
O levantamento também aponta que os bancos concentram a maior parte das dívidas no país (48,86% do total), com o comércio (19,99%) e o setor de comunicação em seguida (12,89%).