Semana marcada por pequena redução de preço da mandioca
Depois de atingir o preço mais alto registrado nos últimos anos, chegando a R$ 650,00 em janeiro, a tonelada da raiz da mandioca teve mais uma semana de leve baixa. Fechou cotada a R$ 531,00 (preço máximo), conforme o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura. Na semana passada havia encerrado a R$ 580,00.
Como disse o presidente da Associação dos Produtores de Mandioca do Paraná – Aproman, Francisco Abrunhoza, essa oscilação tem por base o aumento de oferta por conta dos bons preços. Outro fator seria uma estratégia da própria indústria, de estipular tetos.
Ele confirma a volta das reuniões regulares dos produtores para definir estratégias diante do mercado. Uma delas é controlar o volume de colheita.
A mandiocultura vive períodos de instabilidade desde 2013 com crises de superprodução e falta de matéria-prima. No ano passado, por exemplo, a tonelada chegou a ser vendida a R$ 140,00, muito abaixo do custo, justamente pela oscilação. Havia muito produto no mercado.
Na contramão, no início deste ano faltou raiz e o preço disparou. Para o produtor, momento de recuperar parte da perda. Para a indústria de fécula, uma elevação que pode reduzir competitividade.
A seca do Nordeste, que já dura cinco anos, contribui para o cenário de falta de matéria-prima, já que parte da safra vai para a indústria de farinha voltada ao mercado nordestino.
NÚMEROS – A área estimada pelo Deral a ser colhida na atual safra (2016/2017) nos 33 municípios de abrangência do Núcleo Regional de Paranavaí é de 30.326 hectares. A produção deve girar entre 30 mil e 33 mil quilos por hectare.
Em termos de área, houve um recuo em relação ao período anterior – 2015/2016, quando os produtores plantaram 38.588 hectares nas cidades da região.
No Paraná são 165 mil hectares plantados com mandioca, produzindo 04 milhões de toneladas e gerando aproximadamente 33 mil postos de trabalho.
VISÕES – Até pela relevância da cultura regionalmente, indústria e produtores concordam que é preciso organizar o setor. Na semana passada, o presidente do Sindicato das Indústrias de Mandioca – Simp, João Eduardo Pasquini, pediu que os agricultores plantem de forma consciente, evitando excesso de oferta no futuro.
Na mesma linha, Abrunhoza disse recentemente que não vai plantar grandes quantidades na próxima safra, já que os preços atrativos do início do ano podem levar muita gente para a atividade, algo não aconselhável.