Liberdade, liberdade!

Liberdade! Quem não a quer??? Todos gostamos de liberdade! Gostamos de nos sentir livres para ir e vir, para pensar, para sentir o que está dentro de nós. Liberdade é um conceito um pouco difícil de se definir. Muitas pessoas erroneamente pensam que “liberdade” é fazer tudo o que vier na cabeça, falar o que pensa de forma arbitrária e grosseira (atualmente vemos muito isso nas redes sociais) e agir pelo instinto, sem se importar se está ferindo ou desrespeitando o direito de outro individuo, pois afinal, esse sujeito é “livre”! Liberdade é muito mais que isso! Liberdade é um indivíduo saudável, e não só alguém que não tem medo de ser quem é, mas também alguém que não julga os outros por aquilo que são. A liberdade é um anseio mundial, seja de um povo ou a nível individual. É ser livre pra amar, viver e expressar todo BEM que o homem possa imaginar. Mesmo assim, muitas pessoas se queixam por uma falta de liberdade, mesmo tendo o direito de ir e vir aonde quiserem. Creio eu, isso deve ser por essas pessoas estarem dentro de uma “prisão” emocional.
Prisão emocional significa a incapacidade ou dificuldade de se expressar como pessoa, deixando de ser natural ou autêntico interna e externamente. É ser quem você não é! É o fingimento ou bloqueio da pessoa em enxergar suas atitudes e sua essência interior. E nesse caminho, a pessoa se dá a “liberdade” de ser tornar tudo que quiser… Menos de querer se tornar um ser humano de coração e alma, pois usa essa “liberdade” para simplesmente alimentar e atender os devaneios de seu ego doentio e insensato. E o que acontece quando essa liberdade ao invés do bem, gera o mal??? Resultado: vidas em pedaços, sorrisos falsos, laços de relacionamentos dilacerados ao seu redor! Por isso que a liberdade implica em responsabilidade! Implica da pessoa assumir compromissos e deveres consigo mesma e com seu próximo. Implica em respeitar limites e regras para que os outros deem liberdade a essa pessoa, caso contrário, a liberdade se torna uma “libertinagem”.
Libertinagem nada mais é que um mau uso da liberdade de um indivíduo, é a extrapolação da liberdade, e quando isso acontece, os limites são ultrapassados e a integridade física, emocional ou psicológica de outra pessoa é posta em risco. A libertinagem leva a uma falta de respeito pelo próximo, e indica falta de dignidade e bom caráter.  A liberdade é mais que um direito, ela é uma conquista, um mérito! Para isso, a pessoa necessita ter um ego mais humilde, sensível, maduro e empático, além de encarar as angustias e os “nãos” da vida sem fugir para meios escapatórios (tais como os vícios de álcool, drogas ou outros formas) para aliviar esses momentos.
Estar livre da prisão emocional significa vir a ser o que se é de fato! É um processo dinâmico e evolutivo. Libertar-se da prisão emocional é o indivíduo ao longo de sua vida ir se tornando um ser que ama, age, pensa e fala de forma madura e sensata, equilibrada. Sem isso, não há liberdade! Liberdade é trazer a luz da consciência, da responsabilidade e do bom senso para aquilo que não é consciente, que está “escondido no porão” da nossa mente, e esse processo pode ser muito dolorido, mas acredite, é o que nos liberta.
Talvez por isso que Carl G. Jung (pai da psicologia analítica) tenha dito: “Não existe o processo de tornar-se consciente sem dor. As pessoas farão tudo, não interessa o quão absurdo seja para evitarem enfrentar a sua própria alma. Não nos tornamos iluminados por imaginar figuras de luz, mas sim por fazer a escuridão consciente (trazer luz à escuridão)". E somente quem se entrega genuinamente de corpo, alma, mente e coração a uma profunda e séria renovação (para melhor) de pensamento, ideais e ações, poderá enfim, conhecer a liberdade!

Colaboração de Marcelo Fernando Rojas Rios
Psicólogo. CRP 08/15517 Contato: 3422-1040 / Facebook: @psicologomarcelorios