Administração da Santa Casa cita dificuldades para fechar as contas

Tempos difíceis na administração hospitalar da rede SUS (Sistema Único de Saúde) em todo o país. E tal condição afeta também a Santa Casa de Paranavaí. A principal razão é a queda na arrecadação de convênios e particulares, além do consequente aumento do número de pacientes do serviço público.
Na presidência da associação mantenedora há 15 anos, Renato Platz Guimarães confirma que “as receitas estão encolhendo”. Cita o principal convênio que gerava receita de cerca de R$ 400 mil e chegou a reduzir para a metade nos meses finais do ano passado, fechando dezembro um pouco melhor – R$ 310 mil.
Para janeiro, os números fechados até o dia 20 indicam faturamento de R$ 260 mil com o referido plano. O auxílio anunciado pelo Ministério da Saúde (R$ 1,2 milhão) será um importante auxílio, mas ainda não resolve a questão, assinala.
Mesmo diante das dificuldades recentes após 9 anos de situação relativamente equilibrada, Platz Guimarães espera manter o cronograma de obras da Santa Casa Morumbi (antigo Hospital Noroeste).
A primeira parte da obra civil está concluída, restando uma etapa de equipamentos para funcionar o prédio, além da terceira de mobília e aparelhos voltados para o atendimento.
Cumpridas estas etapas, assinala, será preciso investir na chamada alta complexidade (cardiologia, por exemplo), o que possibilitará a geração de receitas para manter toda a estrutura.
Diante das dificuldades recentes, a direção da Santa Casa vem adotando medidas administrativas de racionalização de custos. São contenções que precisam da participação de todos os 497 funcionários, alerta o administrador Héracles de Alencar Arrais.
Ele cita que não tem feito novas contratações. Por outro lado, vem conseguindo pagar os salários dos servidores no prazo e os médicos dentro do mês, o que não ocorre em diversos hospitais filantrópicos (alguns com pagamento de médico atrasado em até 90 dias).
Ainda assim, despesas tais como água e energia elétrica vêm sendo honradas com dificuldades, o que não acontecia há nove anos.
As contas de 2016 devem ser fechadas até março. Antecipadamente, sabe-se que deve gerar um déficit de cerca de R$ 600 mil, o que também não acontecia há vários anos.