Empregos na indústria têm alta no primeiro semestre

A indústria do Paraná criou, no primeiro semestre de 2019, mais de 1.300 postos de trabalho a mais do que no mesmo período do ano passado. O levantamento é do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia. De janeiro a junho deste ano, cerca de 13.300 pessoas foram contratadas pelo setor. No total, o estado criou mais de 40 mil novas oportunidades.
O desempenho do Paraná segue a mesma tendência da PNAD, divulgada pelo IBGE, no primeiro trimestre deste ano, que indicou que os três estados do Sul registravam as menores taxas de desemprego do país. Enquanto no Brasil a média foi de desocupação formal de 12,7% da população economicamente ativa, de janeiro a março, no Paraná a média foi de 8,9%.
Apesar dos resultados, confirmados também pelo crescimento expressivo da produção industrial do estado, o maior do país segundo o IBGE, em 10,4% até maio em relação ao mesmo período de 2018, é cedo para afirmar que a economia está no caminho do crescimento. Assim, a recuperação do mercado de trabalho ainda é um desafio e deve ocorrer de forma mais lenta que o esperado.
“A abertura de novas vagas em um ritmo mais acentuado ainda depende da retomada da confiança do empresário na economia”, afirma o presidente da Fiep, Edson Campagnolo. “A confirmação da Reforma da Previdência e o avanço da Tributária são fatores que podem ajudar a aumentar essa confiança e estimular novos investimentos. Também serão sinais importantes algumas mudanças na política monetária e fiscal, uma maior redução nas taxas de juros e o destravamento de projetos em ferrovias, rodovias, portos e aeroportos, que vão melhorar a infraestrutura e facilitar o escoamento de produtos”, completa.
Ainda como herança da crise econômica dos últimos anos, a produção industrial não recuperou as perdas acumuladas entre 2012 e 2016, de 19,5%. Mas com os resultados melhores dos últimos dois anos, o saldo acumulado das perdas baixou para 13%. “Isso ainda não se reflete como deveria no crescimento da empregabilidade no estado. Cresce a produção industrial, mas o mercado de trabalho não acompanha”, avalia o economista da Fiep, Thiago Ramos.
De acordo com os dados do Caged, na indústria de transformação, os setores que mais geraram empregos foram confecção e artigos do vestuário (1.036 vagas), automotivo (931), produtos de metal (751), e de borracha e material plástico (526). E os que mais dispensaram trabalhadores foram o setor madeireiro (-321), de fabricação de móveis (-204) e produtos alimentícios (-71). “Há um movimento sazonal em alguns setores, em que há um aumento temporário da produção, seguido por dispensas de trabalhadores. O setor automotivo teve crescimento para atender demanda interna do mercado. E, no setor de alimentos, o resultado é esperado em função das contratações temporárias para a Páscoa”, explica o economista.