A cereja do bolo II

Rogério J. Lorenzetti*

Tenho acompanhado programas eleitorais produzidos pelos candidatos. Notei que existe superficialidade e uma pitada de demagogia, alguns propondo o que já está feito, além de propostas que não cabem no orçamento ou dependem de recursos e aprovação de outros entes federados.

Mais grave ainda, retirando medidas implantadas com um custo político grande, mas que se revelaram acertadas por organizarem o centro comercial e o trânsito de veículos na nossa cidade. Citando como exemplo a extinção do Estar para motos, o que retornaria nosso centro comercial a um período anterior, de triste memória, onde os consumidores do comércio ao se deslocarem para suas compras, não conseguiam estacionar sua motocicleta próximo ao estabelecimento e, por vezes, desistiam de adquirir o produto pela dificuldade de estacionamento.

Usar a Guarda Municipal para funções que não são de sua competência, ou retirar dela outras que competem ao município, são itens presentes nas propostas de governo, demonstrando a falta de conhecimento dos candidatos.

Alegar perseguição política para tentar justificar eventuais erros cometidos que ensejaram ações propostas pelo Ministério Público ou pela Procuradoria Geral do Município, buscando atender dispositivos legais ou determinados por instâncias superiores de fiscalização, além de parecer por reprovação emitido pelo Tribunal de Contas entre outros problemas, é um chavão que não encontra apelo junto à população, cansada de ver políticos sendo responsabilizados nas diversas esferas de governo.

Sugiro que passem a tratar assuntos relevantes para a vida e o cotidiano das pessoas, sem desmerecer o muito que fizemos por esta cidade. Tragam propostas novas, exequíveis, que sejam aprovadas pela população, como por exemplo novas praças, reformas nos equipamentos públicos de lazer, ampliação de serviços, boas e inovadoras ideias em relação à mobilidade urbana, atração de investimentos, planejamento e outras tantas iniciativas que, além de discutir o futuro, possam ter aceitação pelos eleitores, desmotivados com a classe política.

Esta semana tivemos a alegria de ter nossas crianças muito bem avaliadas no Ideb, índice nacional que mede a eficiência do sistema educacional brasileiro, alcançando notas superiores às metas fixadas para 2021. Propor medidas para melhorar ainda mais a excelente educação pública municipal seria um projeto relevante para nosso futuro como comunidade, além de um diferencial na qualificação da mão de obra, fator importante de desenvolvimento exigido por novos investidores.

Além disso, nossa administração recebeu uma avaliação, feita pelo Data Folha, instituto de pesquisa ligado à Folha de São Paulo, comparada as demais cidades do Brasil, que nos colocou em um honroso segundo lugar no Paraná, na faixa de 50 a 100 mil habitantes, e entre 5% das cidades brasileiras que mais retornam serviços ao cidadão comparando valores arrecadados de impostos.
Foi classificada como Eficiente, no índice denominado REM-F (Ranking de Eficiência dos Municípios, FSP), com avaliação de dados nacionais, tirando a nota 0,561 ocupando o 231° lugar entre os mais de cinco mil municípios avaliados.

Enfim , tantas iniciativas podem ser propostas, basta ter criatividade e ler um pouco mais sobre administração pública, buscar experiências inovadoras praticadas em outras cidades. Uma boa campanha, com um bom projeto de governo, sem tentar desmerecer o muito que foi feito, é o que a maioria da população espera dos candidatos.

*Rogério J. Lorenzetti, prefeito reeleito de Paranavaí