Substituir financiamento por aplicação pode gerar economia de até dois veículos

A ansiedade de comprar o primeiro carro pode levar os consumidores a fazer escolhas sem pensar no longo prazo. Segundo simulação realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), se uma pessoa que almeja comprar um veículo de R$ 60 mil optar por um financiamento de R$ 48 mil em 60 meses (5 anos), com entrada de R$ 12 mil e parcelas iguais de R$ 1.219, com taxa de juro real de 1,5% (supondo que a inflação seja zero para que tudo seja comparável ao longo dos anos), no final teria gasto R$ 85.133. Além do valor necessário para adquirir o veículo desejado, o consumidor perderia uma quantia de R$ 37.133, que daria para adquirir mais um carro usado – que custa em média 30% a menos que um veículo novo depois de cinco anos.
De acordo com a Federação, um planejamento de cinco anos, apenas na primeira aquisição, pode fazer toda a diferença. Se o consumidor se planejar por  60 meses para comprar o primeiro automóvel, ele pode aplicar o seu dinheiro com uma remuneração de 0,5% real (ou acima da inflação e, portanto, acima da correção média do preço dos automóveis).  O resultado da aplicação dos R$ 12 mil de entrada durante cinco anos e das sucessivas parcelas de R$ 1.219 será de R$ 101.653, ou seja, R$ 41.653 além do dinheiro necessário para adquirir o automóvel. Repetindo a operação ao longo dos próximos anos o mesmo consumidor poderá contar com um valor residual cada vez maior, que permitirá reaplicá-lo, escolher um automóvel superior na próxima aquisição ou aumentar sua poupança.
Na hipótese de manter o padrão de automóvel adquirido e repetir a aplicação do valor excedente, e das eventuais parcelas que ele iria pagar na compra do carro financiado, nas condições atuais de mercado, esse consumidor teria, após adquirir seu 11º automóvel, ao redor dos 70 anos, além do veículo, o equivalente a mais de R$ 500 mil, ou quase nove vezes o valor do automóvel. Segundo a Entidade, esse esforço em aplicar o dinheiro e fazê-lo trabalhar para você em vez de se apressar e pagar juros a terceiros, traz evidentes benefícios.
Vale ressaltar que as taxas de juros cobradas no setor de automóveis são das mais baratas para o consumidor final. Portanto esse efeito é até maior e ocorre em escala proporcional aos valores e prazos na aquisição de outros bens como geladeiras, fogões e vestuário.