O Brexit e seus efeitos
Existe um claro componente de nacionalismo e de cidadãos contrários à imigração no resultado que tirou o Reino Unido da Comunidade Europeia, em especial nos votos dos residentes no interior da Inglaterra e distantes dos grandes centros. Houve também o apoio de um percentual maior de idosos e de aposentados a favor da saída, enquanto que os cidadãos mais jovensse revelaram a favor da permanência na UE.
As avaliações destacamcomo primeiras constatações a queda das bolsas nos mercados mundiais, perdas do sistema bancário-financeiro alcançando 20%, desvalorização da libra e a multiplicidade de uma sequencia efeitos cascata que os habitantes da Grã Bretanha começam a se inteirar. A nova realidade pode gerar um amplo leque de restrições ao Reino Unido, com impactos de curto, médio e longo prazo. Vejamos alguns.
O Reino Unido atualmente exporta quase 50% de sua produção para os demais 27 países da União Europeia, sem as restrições de barreiras alfandegárias, cotas comerciais ou alíquotas aduaneiras. Ao deixar a UE, pode haver contenção das exportações e, associado a isso, queda no emprego, restrição da massa de salários e no poder de compra.
A saída da UE vai requerer renegociações com os demais 27 países que integram a Comunidade e também com os 52 países com os quais o bloco tem acordos preferenciais. A realocação de atividades econômicas que devem migrar do RU para os demais países da UE, vai desempregar mão-de-obra ou restringir a criação de novas oportunidades de trabalho na Grã-Bretanha.
Os especialistas também alertam que a inflação tende a crescer nas ilhas britânicas, considerando a possível combinação entre queda no emprego, aumentos nos custos internos, redução do salário real médio e queda nas receitas tributárias, dado o menor nível da atividade econômica.
A prevista queda da libra vai encarecer as importações do Reino Unidoem geral, após a separação. No primeiro momento, a moeda inglesa desvalorizou em quase 10% no dia 24 de junho, o que gerou queda na posição do PIB do Reino Unido, do quinto para o sexto lugar mundial, perdendo o posto para a França.
Sobre o reino britânico paira ainda a ameaça da saída de capital, empregos e força econômica. O J.P. Morgan, norte-americano, informou a possibilidade de corte de quatro mil dos 16 mil empregos mantidos; o HSBC informou sobre possibilidade de transferência de 1.000 vagas de Londres para Paris. O Deutsche Bank, que emprega nove mil pessoas nas ilhas, analisa a repatriação de parte de sua operação para a zona do euro, em especial para a Alemanha.
A realidade atual, com as informações disponíveis, apontam que todas as economias serão afetadas de alguma forma pela instabilidade e volatilidade financeira, inclusive os emergentes. Há também a considerar o perigo do efeito cascata, com outros países seguindo o exemplo britânico, o que enfraquece o Euro e a Comunidade Europeia.
Resta claro que os países da América do Norte, em especial Estados Unidos e Canadá podem beneficiar-se muito do resultado do Brexit, com novos acordos econômicos com a Grã-Bretanha. O mesmo pode ocorrer com o Brasil, já que a libra mais baixa tende a ser um fator de democratizar as negociações.
Mais de um terço do que o país exportou nos primeiros meses deste ano para o Reino Unido é ouro em barras, fios, perfis de seção maciça e minérios de ferro. Dez por cento está em carne e derivados, com a soja chegando a algo como sete por cento, para totalizar US 1,1 bilhão de janeiro a maio.
Há uma boa oportunidade nesse novo cenário desenhado pelo plebiscito britânico. Resta a pergunta obrigatória: os que votaram pela saída estavam conscientes dos seus efeitos? Parece que não. A Primeira-ministraescocesa já aproveitou o vácuo para pedir nova votação sobre a saída da Escócia do Reino Unido. Na própria Inglaterra já são mais de três milhões de eleitores os que solicitam um novo plebiscito, todos arrependidos ou assustados.
As avaliações destacamcomo primeiras constatações a queda das bolsas nos mercados mundiais, perdas do sistema bancário-financeiro alcançando 20%, desvalorização da libra e a multiplicidade de uma sequencia efeitos cascata que os habitantes da Grã Bretanha começam a se inteirar. A nova realidade pode gerar um amplo leque de restrições ao Reino Unido, com impactos de curto, médio e longo prazo. Vejamos alguns.
O Reino Unido atualmente exporta quase 50% de sua produção para os demais 27 países da União Europeia, sem as restrições de barreiras alfandegárias, cotas comerciais ou alíquotas aduaneiras. Ao deixar a UE, pode haver contenção das exportações e, associado a isso, queda no emprego, restrição da massa de salários e no poder de compra.
A saída da UE vai requerer renegociações com os demais 27 países que integram a Comunidade e também com os 52 países com os quais o bloco tem acordos preferenciais. A realocação de atividades econômicas que devem migrar do RU para os demais países da UE, vai desempregar mão-de-obra ou restringir a criação de novas oportunidades de trabalho na Grã-Bretanha.
Os especialistas também alertam que a inflação tende a crescer nas ilhas britânicas, considerando a possível combinação entre queda no emprego, aumentos nos custos internos, redução do salário real médio e queda nas receitas tributárias, dado o menor nível da atividade econômica.
A prevista queda da libra vai encarecer as importações do Reino Unidoem geral, após a separação. No primeiro momento, a moeda inglesa desvalorizou em quase 10% no dia 24 de junho, o que gerou queda na posição do PIB do Reino Unido, do quinto para o sexto lugar mundial, perdendo o posto para a França.
Sobre o reino britânico paira ainda a ameaça da saída de capital, empregos e força econômica. O J.P. Morgan, norte-americano, informou a possibilidade de corte de quatro mil dos 16 mil empregos mantidos; o HSBC informou sobre possibilidade de transferência de 1.000 vagas de Londres para Paris. O Deutsche Bank, que emprega nove mil pessoas nas ilhas, analisa a repatriação de parte de sua operação para a zona do euro, em especial para a Alemanha.
A realidade atual, com as informações disponíveis, apontam que todas as economias serão afetadas de alguma forma pela instabilidade e volatilidade financeira, inclusive os emergentes. Há também a considerar o perigo do efeito cascata, com outros países seguindo o exemplo britânico, o que enfraquece o Euro e a Comunidade Europeia.
Resta claro que os países da América do Norte, em especial Estados Unidos e Canadá podem beneficiar-se muito do resultado do Brexit, com novos acordos econômicos com a Grã-Bretanha. O mesmo pode ocorrer com o Brasil, já que a libra mais baixa tende a ser um fator de democratizar as negociações.
Mais de um terço do que o país exportou nos primeiros meses deste ano para o Reino Unido é ouro em barras, fios, perfis de seção maciça e minérios de ferro. Dez por cento está em carne e derivados, com a soja chegando a algo como sete por cento, para totalizar US 1,1 bilhão de janeiro a maio.
Há uma boa oportunidade nesse novo cenário desenhado pelo plebiscito britânico. Resta a pergunta obrigatória: os que votaram pela saída estavam conscientes dos seus efeitos? Parece que não. A Primeira-ministraescocesa já aproveitou o vácuo para pedir nova votação sobre a saída da Escócia do Reino Unido. Na própria Inglaterra já são mais de três milhões de eleitores os que solicitam um novo plebiscito, todos arrependidos ou assustados.
*Darci Piana, presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR