Corrupção passou a ser “espantosa regra”, diz ministro do STF
BRASÍLIA – O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso afirmou nesta quarta-feira (29) que a corrupção se tornou a "espantosa regra" por causa da impunidade e disse que a sociedade brasileira não tolera mais esse fato.
"Corrupção, sonegação, lavagem de dinheiro passaram a ser a espantosa regra", disse, durante seminário realizado pelo CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), em Brasília, para discutir grandes casos criminais do Brasil e da Itália.
E completou: "O errado virou a regra e todo mundo passou a operar nessa regra".
Para ele, ainda há uma cultura no Brasil que valoriza a corrupção. O ministro deu o exemplo de duas empresas, na qual em uma seu funcionário investe em baratear os custos para aumentar o lucro, enquanto outra tem um empregado que possui proximidade com agente público e paga propina.
"Nós vivemos ainda em um país em que esse segundo funcionário é mais valorizado do que o primeiro", afirmou Barroso.
O ministro voltou a defender o fim do foro privilegiado e afirmou que o Supremo não está preparado para instruir e julgar ações penais como uma primeira instância.
"O prazo médio para recebimento de uma denúncia no Supremo é de 617 dias. Isso é um escândalo", disse Barroso.
ENGAJAMENTO POPULAR – O temor de que o andamento da Lava Jato possa perder fôlego devido a pressões políticas fez com que responsáveis pelas investigações cobrassem publicamente o engajamento da sociedade em defesa da operação.
O recado foi transmitido pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na abertura do seminário "Grandes casos criminais: experiência italiana e perspectivas no Brasil", na segunda (27), e reforçado nesta terça (28) nas falas de juristas e especialistas dos dois países que participam do evento, em Brasília.
Debatedores fizeram um paralelo com a Operação Mãos Limpas, ocorrida na Itália nos anos 1990.
"O apelo que faço é à opinião pública. O verdadeiro controle é o povo quem faz. As pessoas precisam colocar para fora suas vozes, cobrando uma educação para a legalidade. Se a lei for costumeiramente desrespeitada, sempre haverá gente prejudicada", disse o ex-deputado italiano e ex-magistrado do Ministério Público, Antonio di Pietro.
Segundo ele, é preciso existir um tripé para evitar a corrupção: prevenção, educação e punição. "Quem rouba é ladrão, não é político".
Um dos coordenadores da força-tarefa da Lava Jato, o procurador da República Deltan Dallagnol saiu em defesa da atuação de Janot, que vem sendo alvo de críticas de parlamentares alvos das investigações.
Segundo Dallagnol, Janot se manteve isento em todo o processo de investigação. Para o procurador, "impunidade e sistema político apodrecido" são os principais causadores da corrupção. "Precisamos avançar com reformas legislativas que criem um ambiente avesso à corrupção".
"Corrupção, sonegação, lavagem de dinheiro passaram a ser a espantosa regra", disse, durante seminário realizado pelo CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), em Brasília, para discutir grandes casos criminais do Brasil e da Itália.
E completou: "O errado virou a regra e todo mundo passou a operar nessa regra".
Para ele, ainda há uma cultura no Brasil que valoriza a corrupção. O ministro deu o exemplo de duas empresas, na qual em uma seu funcionário investe em baratear os custos para aumentar o lucro, enquanto outra tem um empregado que possui proximidade com agente público e paga propina.
"Nós vivemos ainda em um país em que esse segundo funcionário é mais valorizado do que o primeiro", afirmou Barroso.
O ministro voltou a defender o fim do foro privilegiado e afirmou que o Supremo não está preparado para instruir e julgar ações penais como uma primeira instância.
"O prazo médio para recebimento de uma denúncia no Supremo é de 617 dias. Isso é um escândalo", disse Barroso.
ENGAJAMENTO POPULAR – O temor de que o andamento da Lava Jato possa perder fôlego devido a pressões políticas fez com que responsáveis pelas investigações cobrassem publicamente o engajamento da sociedade em defesa da operação.
O recado foi transmitido pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na abertura do seminário "Grandes casos criminais: experiência italiana e perspectivas no Brasil", na segunda (27), e reforçado nesta terça (28) nas falas de juristas e especialistas dos dois países que participam do evento, em Brasília.
Debatedores fizeram um paralelo com a Operação Mãos Limpas, ocorrida na Itália nos anos 1990.
"O apelo que faço é à opinião pública. O verdadeiro controle é o povo quem faz. As pessoas precisam colocar para fora suas vozes, cobrando uma educação para a legalidade. Se a lei for costumeiramente desrespeitada, sempre haverá gente prejudicada", disse o ex-deputado italiano e ex-magistrado do Ministério Público, Antonio di Pietro.
Segundo ele, é preciso existir um tripé para evitar a corrupção: prevenção, educação e punição. "Quem rouba é ladrão, não é político".
Um dos coordenadores da força-tarefa da Lava Jato, o procurador da República Deltan Dallagnol saiu em defesa da atuação de Janot, que vem sendo alvo de críticas de parlamentares alvos das investigações.
Segundo Dallagnol, Janot se manteve isento em todo o processo de investigação. Para o procurador, "impunidade e sistema político apodrecido" são os principais causadores da corrupção. "Precisamos avançar com reformas legislativas que criem um ambiente avesso à corrupção".