Montar orçamento doméstico para mensurar receitas e despesas é 1º passo de uma educação financeira
SÃO PAULO – Em épocas de crise, otimizar os ganhos e ter controle sobre os gastos é ainda mais importante. Uma simples gestão dos recursos da casa pode colocar as contas em dia e trazer a tão sonhada estabilidade financeira.
Na prática, muitas pessoas não sabem efetivamente quanto ganham -depois dos descontos no salário, como INSS e Imposto de Renda, por exemplo- ou gastam por mês. Por isso, montar o orçamento doméstico é o primeiro passo de uma educação financeira que realmente altere o estilo de vida.
"Assim fica mais fácil tomar decisões, segurar o impulso pela compra e ainda nos ajuda a alcançar sonhos", afirma Cíntia Senna, do Dsop, site de educação financeira.
A contabilidade doméstica deve seguir a receita de qualquer empresa, segundo especialistas: mensurar ganhos e despesas, estudar maneiras de otimizar custos e planejar objetivos, detalhando como conseguirá atingi-los.
Os planejadores financeiros ressaltam que a contabilidade mental é uma pegadinha, já que é praticamente impossível obter um controle dos gastos confiando apenas na memória. Cadernos, programas em computadores, como o excel, ou aplicativos no celular podem ajudar na tarefa.
"Coloque o valor que cai na sua conta-corrente por mês, o chamado ganho líquido. Se não souber, faça um levantamento e procure por uma média, que será sua base."
O próximo passo é descobrir para onde o dinheiro vai. "Liste todos os gastos fixos, como escola, empregada, aluguel, condomínio. Reserve também 20% para os variáveis, como uma ida ao cinema ou uma necessidade não pensada anteriormente. Com isso, terá um relato aproximado de quanto gastará por mês", diz Márcio Gabrielli, professor da FGV.
O empresário Fernando Bardusco, 24, começou a fazer um orçamento há um ano e meio, quando percebeu que gastava muito, sem saber como. "Isso me ajuda a mapear onde estou gastando mais e a analisar como posso economizar." E vale ressaltar que, para ter êxito, isso deve ser feito todos os meses.
CASAL/DIÁLOGO – Você não sabe mais que mágica fazer para fechar as contas do mês, mas recebe pitacos de pais, sogros e até o vizinho acha que pode ajudar. Antes que a situação piore, saiba que pode ter chegado aquele momento considerado tabu por muitos casais: sentar e conversar sobre dinheiro, mas de uma forma que nenhum dos dois sinta que vai ser controlado.
Há formas de tornar o diálogo objetivo. A primeira dica é colocar sobre a mesa quanto cada um recebe. Considere o ganho líquido, após descontos como INSS e FGTS, no caso de assalariados.
Para trabalhadores autônomos ou empresários, calcule quanto foi recebido nos últimos três meses e tire uma média da renda, para que meses fortes compensem aqueles mais fracos.
A partir daí, o casal deve passar para os gastos. E é aí que costuma haver conflitos, pois é comum os parceiros não abrirem totalmente as despesas, com receio de serem recriminados. "Entre marido e mulher não pode ter segredo. Diversos casais não têm abertura financeira completa, mas isso é um erro", diz William Eid, professor da FGV.
"Às vezes, a gente vê homens que não contam para mulher ou filho que estão em situação difícil, que trocaram de emprego e estão ganhando menos ou que foram demitidos. Coloca a confiança em jogo", diz a planejadora financeira Annalisa Dal Zotto, da Par Mais, empresa de gestão de finanças pessoais.
Na hora de organizar os gastos da casa, a alternativa mais recomendada pelos planejadores financeiros é fazer a divisão proporcional do salário. Se o marido ganha R$ 4.000 e a mulher recebe R$ 3.000, ambos poderiam acertar um percentual de contribuição para o orçamento doméstico. Se for 80% do valor, por exemplo, cada um usaria os 20% restantes como desejar, sem precisar detalhar os gastos ao parceiro.
"Se a mulher gosta de comprar roupa, paga à vista e não parcela, por que não? Se está dentro do orçamento dela, nada impede que ela gaste. O mesmo para o marido, se quiser sair com os amigos", diz.
Há casais que optam por dividir as despesas ao meio, mas especialistas avaliam que a separação proporcional é mais justa. "Pode haver situações em que quem ganha mais vai querer impor a vontade. Quero sofá novo, eu ganho mais, então vou pagar do meu bolso. Isso vai desgastando o casal", exemplifica o planejador Adilson Marcio Garcia.
Escolhida a forma de divisão, o dinheiro deveria ser depositado em uma terceira conta, sugere. Além do dinheiro das despesas, essa "conta da casa" também deve receber recursos para objetivos em comum do casal -viagens, filhos, casa própria-, a reserva de aposentadoria e a de emergência, que deve cobrir seis vezes o custo mensal da família.
É preciso contemplar também os investimentos para alcançar esses objetivos. Isso não significa que cada um deve abrir mão de suas aplicações -até porque o perfil de investimento pode ser diferente. Vale manter os dois.
Na prática, muitas pessoas não sabem efetivamente quanto ganham -depois dos descontos no salário, como INSS e Imposto de Renda, por exemplo- ou gastam por mês. Por isso, montar o orçamento doméstico é o primeiro passo de uma educação financeira que realmente altere o estilo de vida.
"Assim fica mais fácil tomar decisões, segurar o impulso pela compra e ainda nos ajuda a alcançar sonhos", afirma Cíntia Senna, do Dsop, site de educação financeira.
A contabilidade doméstica deve seguir a receita de qualquer empresa, segundo especialistas: mensurar ganhos e despesas, estudar maneiras de otimizar custos e planejar objetivos, detalhando como conseguirá atingi-los.
Os planejadores financeiros ressaltam que a contabilidade mental é uma pegadinha, já que é praticamente impossível obter um controle dos gastos confiando apenas na memória. Cadernos, programas em computadores, como o excel, ou aplicativos no celular podem ajudar na tarefa.
"Coloque o valor que cai na sua conta-corrente por mês, o chamado ganho líquido. Se não souber, faça um levantamento e procure por uma média, que será sua base."
O próximo passo é descobrir para onde o dinheiro vai. "Liste todos os gastos fixos, como escola, empregada, aluguel, condomínio. Reserve também 20% para os variáveis, como uma ida ao cinema ou uma necessidade não pensada anteriormente. Com isso, terá um relato aproximado de quanto gastará por mês", diz Márcio Gabrielli, professor da FGV.
O empresário Fernando Bardusco, 24, começou a fazer um orçamento há um ano e meio, quando percebeu que gastava muito, sem saber como. "Isso me ajuda a mapear onde estou gastando mais e a analisar como posso economizar." E vale ressaltar que, para ter êxito, isso deve ser feito todos os meses.
CASAL/DIÁLOGO – Você não sabe mais que mágica fazer para fechar as contas do mês, mas recebe pitacos de pais, sogros e até o vizinho acha que pode ajudar. Antes que a situação piore, saiba que pode ter chegado aquele momento considerado tabu por muitos casais: sentar e conversar sobre dinheiro, mas de uma forma que nenhum dos dois sinta que vai ser controlado.
Há formas de tornar o diálogo objetivo. A primeira dica é colocar sobre a mesa quanto cada um recebe. Considere o ganho líquido, após descontos como INSS e FGTS, no caso de assalariados.
Para trabalhadores autônomos ou empresários, calcule quanto foi recebido nos últimos três meses e tire uma média da renda, para que meses fortes compensem aqueles mais fracos.
A partir daí, o casal deve passar para os gastos. E é aí que costuma haver conflitos, pois é comum os parceiros não abrirem totalmente as despesas, com receio de serem recriminados. "Entre marido e mulher não pode ter segredo. Diversos casais não têm abertura financeira completa, mas isso é um erro", diz William Eid, professor da FGV.
"Às vezes, a gente vê homens que não contam para mulher ou filho que estão em situação difícil, que trocaram de emprego e estão ganhando menos ou que foram demitidos. Coloca a confiança em jogo", diz a planejadora financeira Annalisa Dal Zotto, da Par Mais, empresa de gestão de finanças pessoais.
Na hora de organizar os gastos da casa, a alternativa mais recomendada pelos planejadores financeiros é fazer a divisão proporcional do salário. Se o marido ganha R$ 4.000 e a mulher recebe R$ 3.000, ambos poderiam acertar um percentual de contribuição para o orçamento doméstico. Se for 80% do valor, por exemplo, cada um usaria os 20% restantes como desejar, sem precisar detalhar os gastos ao parceiro.
"Se a mulher gosta de comprar roupa, paga à vista e não parcela, por que não? Se está dentro do orçamento dela, nada impede que ela gaste. O mesmo para o marido, se quiser sair com os amigos", diz.
Há casais que optam por dividir as despesas ao meio, mas especialistas avaliam que a separação proporcional é mais justa. "Pode haver situações em que quem ganha mais vai querer impor a vontade. Quero sofá novo, eu ganho mais, então vou pagar do meu bolso. Isso vai desgastando o casal", exemplifica o planejador Adilson Marcio Garcia.
Escolhida a forma de divisão, o dinheiro deveria ser depositado em uma terceira conta, sugere. Além do dinheiro das despesas, essa "conta da casa" também deve receber recursos para objetivos em comum do casal -viagens, filhos, casa própria-, a reserva de aposentadoria e a de emergência, que deve cobrir seis vezes o custo mensal da família.
É preciso contemplar também os investimentos para alcançar esses objetivos. Isso não significa que cada um deve abrir mão de suas aplicações -até porque o perfil de investimento pode ser diferente. Vale manter os dois.