Terrorista tinha “sorriso sórdido” enquanto atirava, diz sobrevivente
Sobrevivente do pior ataque a tiros da história americana recente, ele se sentia "aterrorizado" mais de 48 horas depois.
Godden conta que escapou fingindo que estava morto.
"Eu vi tudo, pessoas caindo, balas voando. Ele parecia mau, o tipo de pessoa que você não quer encontrar pela frente. Me fingi de morto e depois pulei um muro para fugir", contou Marcus.
Três quarteirões em torno da Pulse continuam isoladas por um cerco policial, enquanto dezenas de jornalistas de várias partes do mundo acampam nas proximidades à espera de novidades sobre a investigação.
Cercado de repórteres, Chris Hansen, outro sobrevivente do massacre, perdeu a conta das vezes que contou como conseguiu escapar da Pulse quando os tiros começaram.
"Pum, pum, pum!", relembrou. "No começo achei que era parte da batida da música, até perceber o que estava acontecendo".
Gritos gerais e todos se jogaram no chão. Chris conta que chegou a ser pisoteado por frequentadores desesperados na rota de fuga, até se levantar e sair da boate.
Fora da Pulse, ele diz que continuou a ouvir tiros sendo disparados dentro da casa noturna. Questionado sobre o tempo que tudo durou, diz que foi "o tempo de uma música". Depois de se certificar que não havia sido atingido, Chris passou a ajudar as vítimas. Carregou vários feridos para longe da cena do crime.
"Quando eu percebi que o sangue não era meu e eu estava bem, senti que era obrigação ajudar", disse. "Tenho certeza de que essa tragédia vai fortalecer e unir a nossa comunidade."
Ele ficava nervoso quando via homens se beijando, diz pai de suspeito a TV
A família de Omar Mateen, 29, suspeito de matar 50 pessoas em uma boate gay na Flórida no domingo (12), disse à emissora NBC que o ataque pode ter sido motivado por ódio contra a comunidade LGBT.
"Estávamos no centro de Miami e as pessoas estavam tocando música. Ele viu dois homens se beijando na frente de sua esposa e seu filho e ficou muito bravo", disse Mir Seddique, pai de Mateen, ao "NBC News". "Eles se beijavam e se tocavam, e ele disse ‘olha isso, na frente do meu filho eles fazem isso’. No banheiro também havia homens se beijando".
"Estamos dizendo que nos desculpamos por todo esse incidente", disse Seddique. "Não sabíamos que ele tomaria esse tipo de atitude. Estamos em choque, como todo o país".
O pai de Mateen acrescentou que o ataque não teve relação com religião.
Investigadores trouxeram um membro da comunidade muçulmana para falar na coletiva de imprensa sobre o ataque, já que consideram a possibilidade de relação do ataque com religião.