Setor de Serviços lidera entre total de dívidas de empresas, mostra SPC Brasil

SÃO PAULO – O setor de Serviços, que engloba os bancos e financeiras, lidera a participação no total de dívidas em atraso das empresas em todas as regiões pesquisadas pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Segundo o Indicador de Inadimplência de Pessoas Jurídicas, em março de 2016 o maior crescimento anual no número de pendências atrasadas do segmento de Serviços foi de 21,21% no Nordeste, seguido por uma variação de 16,75% no Centro-Oeste, 14,41% na região Norte e 13,39% no Sul.
Os dados do Sudeste não foram divulgados devido à Lei Estadual nº 15.659, que vigora no estado de São Paulo e dificulta a negativação de pessoas físicas e jurídicas no estado. O segundo maior credor em todas as regiões analisadas é o setor de Comércio.
“A taxa de crescimento da inadimplência entre empresas apresentou forte aceleração ao longo de 2015, refletindo a conjuntura econômica em período de recessão”, afirma o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
“O agravamento da crise fez cair o consumo das famílias, consequentemente afetando o faturamento das empresas e sua capacidade de honrar os compromissos, especialmente com os bancos – principal fonte de empréstimos para as pessoas jurídicas”, explica.
Considerando o total de dívidas em atraso, englobando os segmentos de serviços, indústria, comércio, agricultura e outros setores, o destaque também fica no Nordeste: um aumento de 19,88% na comparação entre março de 2016 e o mesmo mês do ano anterior.
Na região Centro-Oeste, o crescimento do número de dívidas de pessoas jurídicas também foi alto, de 18,75%. Com variação menor, aparecem o Norte (15,75%) e o Sul (15,23%).
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a forma como essa taxa aumentou em apenas um ano demonstra o quanto o aprofundamento da recessão afetou a saúde financeira das famílias. “O cenário econômico foi piorado pelo recuo da atividade com a alta dos preços e, por consequência, da taxa de juros”, explica a economista.