Felizes para sempre

Sem dúvida, uma das grandes realizações ou sonho que uma pessoa almeja na sua vida, é a de se casar, encontrar sua “cara-metade”. É no casamento onde o indivíduo tem a chance de amar plenamente o(a) parceiro(a) de sua vida, onde a pessoa tem todos seus prazeres, onde vivencia e aprende todas suas alegrias conjugais, emocionais e afetivas. O casamento é mais que uma cerimônia, festa ou ritual religioso. É um crescimento, uma evolução saudável na mente e na vida de um ser humano, onde ele se renova cada dia, cada momento no seu ou sua cônjuge.
Hoje em dia ao ligarmos e assistirmos a alguns programas na televisão, ou nas redes sociais e outras mídias, vemos que amor virou sinônimo de passionalidade, de possessividade homicida, de controle, de manipulação, que acabam em relacionamentos psicopatizados e não raro com desfechos fatais, porque em geral, são amores pervertidos e adoecidos pela paixão louca e insensata, que com suas fixações e neuroses recebe o apelido de “amor”. 
Então as “provas de amor” passam a ser opressão psicológica, a perturbação, a necessidade total e doentia de controlar tudo e de saber tudo do cônjuge, lhe tirando sua liberdade e individualidade.   Vira uma espécie de “competição”. Quem sente mais ciúme, quem telefona mais, quem incomoda mais o outro, quem não deixa o outro ter sossego na sua viagem, passeio, enfim, isso é chamado de “amor”. É a receita perfeita de todos os divórcios e casamentos falidos.
O dia da cerimônia de casamento em que o casal faz os seus votos no altar perante o líder religioso, seus padrinhos e convidados, é o dia mais fácil na vida de ser casado no que diz respeito no quesito relacionamento, pois nessa hora tudo é festa, tudo é alegria, expectativas, sonhos, projetos… mas nem sempre será assim todo dia. Não é todo dia que esse casal irá andar em tapetes vermelhos, ter em sua volta cenários e decorações belíssimas, ou se alimentarem de banquetes fartos e deliciosos. O dia do casamento é o dia que o casal chama seus amigos, parentes, e dá a melhor festa, a melhor comida e o melhor vinho. Mas vai chegar uma hora que o vinho vai acabar. E o vinho emocional, psicológico e afetivo das alegrias conjugais acaba também. É a hora em que a relação cai na rotina, no ostracismo e na monotonia. Do combinar ou fazer um acordo, mas não cumprir. De alguns vícios emocionais e afetivos ruins (e nocivos) que carregamos da nossa cultura familiar de origem (ou de outros relacionamentos anteriores que tivemos, como namoros ou casamentos anteriores) que vão prevalecendo no relacionamento atual, fazendo com que amarguras, chateações e ódios venham crescer no tamanho do Monte Everest, se o casal não trabalhar e resolver ali na hora, essas questões. Caso contrário, não adianta a pessoa estar toda maquiada, com cirurgias plásticas ou com o corpo “sarado”, pois tudo isso é como vinho na festa: uma hora acaba. E é nessa hora que o cônjuge irá enxergar seu parceiro ou parceira e perceber como ele ou ela se apresentam genuinamente diante de seu cônjuge no aspecto de alma, espírito, mente, bondade, verdade e sinceridade, senão, a pessoa mais bonita do mundo fica horrorosa quando o olhar que quem a olha só enxerga tristeza e amargura. 
Interessante vermos que foi durante uma festa de casamento onde Cristo (que curiosamente foi nessa ocasião que ocorreu seu primeiro milagre), tenha observado e destacado o costume de nas comemorações se oferecerem o melhor vinho no início da festa, e quando já os convidados tivessem bebido fartamente, daí serviam um vinho de qualidade inferior. Penso eu que talvez ele estivesse dando uma dica ou uma metáfora do que que é mais ou menos a “tendência” conjugal. Os primeiros momentos ou anos na vida de um casal é poesia, lua cheia, viagens, jantares, rolar na grama molhada, pular pelado na cachoeira, e todo mundo feliz! Mas com o passar do tempo, a chuva começa a incomodar ou o jantar perde o sabor, devido o casal se perder no meio de discussões, desacordos, brigas e rancores que se não resolvidas e esclarecidas, com o tempo o “conto de fadas” vira uma “história de terror” recheadas de mágoas e intrigas.
Por isso, eu creio que a melhor receita ou fórmula para um casamento ser bem-sucedido desde seu início, sem dúvida está no amor verdadeiro, equilibrado, sensato e edificante na vida da pessoa e do seu cônjuge. Amor genuíno que não traz ansiedade, que não se desespera e nem faz o indivíduo sofrer, pois sabe que é pra valer! Amor de verdade é só sinceridade, é um do outro sem qualquer segredo, onde a gente entrega nosso coração sem medo!


Colaboração de
Marcelo Fernando Rojas Rios