Podemos estar “intoxicados emocionalmente”?

Os efeitos da intoxicação por álcool e outros psicotrópicos são facilmente visíveis: alterações de percepção, a capacidade de reação prejudicada, o pulso cardíaco diminuído…
Mas, será que somos capazes de identificar e interpretar a intoxicação emocional e, assim fazendo, driblar as suas armadilhas? Para tanto, primeiro precisamos entender um pouco do que se deve entender pelo termo. 
Podemos falar em intoxicação emocional quando passamos por momentos de grande carga emocional e não conseguimos processar tudo adequadamente. Fato, inclusive, que é um desafio diário da vida moderna.
Essa intoxicação decorrente de sobrecarga emocional, é responsável por gerar várias reações indesejadas em nosso organismo.
Essas podem variar de simples momentos de nervosismo e impaciência passageiras, escalando até sintomas mais graves como depressão e/ou pânico. Mas, quais são as principais causas dessa intoxicação emocional?
Por vezes, somos colocados frente a frente com situações inesperadas que não podemos controlar. Mas, na maioria das vezes, somos nós mesmos os responsáveis por atrair a nuvem preta que circunda logo cima.
Temos a tendência de não lidar bem com a frustração, de postergar os nossos desejos para um momento no futuro – próximo ou distante – em que sejam possíveis.
Entramos em financiamentos, metemos os pés pelas mãos, adotamos mais projetos do que podemos aguentar; o estresse aumenta e nos sentimos atropelados. E, tem solução?
Duas coisas, a princípio devem ser feitas para desescalonar os sintomas. A primeira é buscar refazer o seu planejamento estratégico familiar/financeiro. Em que contexto você se encontra? Como fazer para se reequilibrar e sair do buraco a curto e médio prazo? O que nos leva à segunda. A pessoa deve buscar reencontrar o seu centro; o seu equilíbrio. Uma das causas mais frequentes dessa carência de processamento emocional é o fato de não tirarmos um tempo diário para cultivar nosso interior; agirmos e reagirmos sem uma digestão emocional estratégica. 
Meditar, rezar, ouvir música ou adotar qualquer outra atividade que te permita um tempo consigo mesmo, é essencial para a sua saúde emocional.
Se faltarmos com esse compromisso de, ainda que em um mínimo grau, dedicar um tempo de "amor próprio", as consequências podem gerar inseguranças que afloram e controlam a nossa vida, nos tornando pessoas mais reativas, constantemente na defensiva. 
Se não tirarmos um tempo para a autocrítica e para buscar nos entendermos, a autoestima pode ser afetada, tornando-se tão debilitada que a pessoa, de tão vulnerável diante dos outros e dos acontecimentos, venha a perder um grande grau de sua autonomia.
Estar emocionalmente intoxicado pode nos deixar sem um bom critério, nos levando a oscilar entre os extremos de ficar paralisado ou sermos puramente reativos, sem pensar antes de falar e ter uma perspectiva sobre o que acontece.
Confrontados com habitualidade com uma sobrecarga de problemas sérios, o importante é que sejamos conscientes de que devemos dar um tempo para que possamos analisá-los e aceitá-los.
Se aprendermos a identificar alguns desses sintomas com rapidez, nos daremos conta do nosso estado de “embriaguez”, permitindo que nos retiremos a tempo e, essa retirada acabará sendo incrivelmente vantajosa para o balanço de nossas emoções.


Colaboração de
Márcia Spada