Sem mudar Previdência, consequência será “drástica”, diz Barbosa

BRASÍLIA – É preciso fazer a reforma na Previdência, e rápido, senão as consequências para a população serão ainda mais drásticas. Esse foi o recado passado pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, ontem, durante abertura de seminário em comemoração aos 30 anos do Tesouro Nacional.
"Ainda estamos numa situação em que podemos enfrentar esses problemas de forma previsível e gradual, sem sobressaltos e sem surpresas. O adiamento do enfrentamento desse problema vai tornar inevitável a adoção de medidas mais drásticas num futuro muito próximo, o que não é bom para ninguém."
A fala vem no momento em que Barbosa enfrenta resistência da base aliada do governo e até do próprio Planalto para entregar, ainda neste primeiro semestre, a reforma que pretende cortar gastos com aposentadorias, responsáveis por 44% dos desembolsos obrigatórios do governo.
Sua fala, focada no ajuste fiscal de "curto e longo prazo", como tem reforçado, fez um apelo pelo fim da animosidade política, dizendo que vai buscar o consenso entre propostas, citando o PT e o PMDB.
Neste momento de crise econômica, interna e global, e de convulsão política, Barbosa depende do Congresso para aprovar seus mais relevantes projetos fiscais, como a reforma previdenciária e a medida que dá margem para fechar o ano com as contas no vermelho. No entanto, nem mesmo o partido da presidente tem abraçado o pacote fiscal de Barbosa.
"Nossa proposta procura um consenso, procura um meio termo para resolver todos os nossos problemas. Não é hora de extremismos na política econômica, é hora de voltar à normalidade".