BURACOS II

Rogério J. Lorenzetti*

"Quando não se tem a obrigação de fazer, criticar quem faz fica fácil”! (Claudinei Ferreira Soares)

Abordei este tema em um passado recente, no início do segundo semestre de 2015. Devido ao fenômeno "El Niño" parte da malha viária, principalmente a mais antiga, já sofria com a ação da chuvas intensas e constantes. Assim foi durante praticamente seis meses, só vindo a diminuir em meados do mês passado.

Este desastre natural de grandes proporções atingiu o sul do Brasil de forma inclemente, causando danos de monta em praticamente todos os municípios que compõem os três estados desta região. Muitas cidades tiveram que decretar o estado de emergência para fazer frente ao volume de estragos. Paranavaí, infelizmente, não foi exceção. Os danos avaliados na infraestrutura pública, urbana e rural, irão demandar recursos que superam 11 milhões de reais, para o retorno à normalidade.

O orçamento municipal, já combalido pela crise que assola o país, cujas consequências atingem diretamente as receitas obtidas com a arrecadação de impostos, não consegue fazer frente às necessidades que se apresentaram nesta calamidade. Estamos buscando, junto aos demais entes federados e instituições de crédito e fomento, novos recursos para atender esta emergência descrita.

Poderia ser muito pior se as obras já efetuadas não estivessem feitas. Imagino como estariam o Morumbi, Vila Alta, Dona Josefa, Coloninha, Simone e outros bairros que derretiam a cada chuva mais intensa que caía, antes de serem pavimentados. Seria um desastre nunca visto na nossa história recente. A cidade, em sua maioria pavimentada e drenada, resistiu bem ao volume descomunal de chuvas.

Agora, alguns críticos de plantão, potencializam sua insatisfação, fazendo com que muitos populares que viram suas ruas ficarem esburacadas neste período anormal de chuvas passem a criticar também. Não temos como resolver rapidamente esta situação. Embora nossas equipes da prefeitura e empresas terceirizadas estejam trabalhando, as condições climáticas ainda não se normalizaram e não podemos avançar os trabalhos rapidamente com o tempo instável, sob pena de prejuízos financeiros de grande monta para os cofres públicos e empresas prestadoras de serviços.

Portanto, temos que ter a devida paciência para o momento excepcional, que fugiu do nosso controle, e buscar colaborar com a limpeza da cidade, o que evita outro mal, este relacionado à saúde pública, que é o aumento dos casos de dengue. Se dela não cuidarmos, repetiremos a epidemia de 2013.

O momento é grave e não deve servir aos críticos de ocasião, que buscam atenção ou audiência, para desfazer o muito que fizemos, inclusive nesta área de pavimentação, conduzindo o maior programa de investimentos públicos neste quesito que se tem notícia na história da cidade. A miopia daqueles que não reconhecem o esforço que está sendo feito para recuperar a malha viária e a omissão (deliberada) de informações de que a Administração Municipal vem fazendo, faz parte de um jogo político e não atende os interesses da população.

Administrar uma cidade exige eleger prioridades. A Prefeitura não pode pautar suas ações por críticas ou priorizar o atendimento a quem grita mais alto. É preciso ter uma visão global e estratégica da cidade para definir, principalmente quando os recursos são escassos, o que deve ser realizado primeiro. Saber entender esta realidade é, no mínimo, uma demonstração de verdadeira cidadania.

Vamos nos unir no trabalho orando a Deus pela nossa cidade e pelo Brasil.

*Rogério J. Lorenzetti, prefeito reeleito de Paranavaí