Uma em cada quatro famílias gasta mais de 30% da renda com aluguel
SÃO PAULO – O percentual de famílias brasileiras que comprometem 30% ou mais da renda para pagar a locação chega a cerca de um quarto dos domicílios alugados no Brasil, de acordo com os dados do IBGE.
O número de residências alugadas por valores considerados "excessivamente altos" em relação à renda passou de 25,7% em 2013 para 28,8% em 2014 em todo o país.
Na cidade de São Paulo, o percentual de famílias que usam mais de 30% da renda em aluguel subiu de 28,1% para 32,4%. Entre a parte mais pobre da população, o índice chega a quase 62%. O chamado "ônus excessivo" prejudica ainda mais os brasileiros com menor renda.
De acordo com o consultor financeiro Erasmo Vieira, o ideal é destinar à locação cerca de 15% da renda. "Se você coloca 30%, mas está adquirindo um imóvel, construindo patrimônio, até faz sentido. Mas a pessoa paga só para morar ali".
Para o professor da USP, João Rocha Lima Jr., a diminuição da renda das famílias pode pressionar o preço dos aluguéis, mas não há garantia de queda de preço. "Com o valor que se comprava 100 m² em 2005, usando como referência a região do Paraíso e da Vila Mariana [zona sul de SP], compra-se hoje 46 m²", diz. "Assim, o preço [da locação] fica alto porque a pessoa não compra e acaba alugando".
A doméstica Maria do Carmo dos Santos, 54, vive em uma casa na Chácara Santana, zona sul de SP, há cerca de um ano. Mudou-se para ela após não concordar com o reajuste de aluguel anterior, de onde viveu por 15 anos.
"O dono queria subir o valor antes do fim do contrato", diz ela, que teve os ganhos reduzidos após afastamento do trabalho, há um ano, por problemas de saúde.
Lima Júnior diz o mercado de locação sofre com a falta de conhecimento da demanda e da oferta. "Os proprietários cobram com base no que julgam mais razoável".
O número de residências alugadas por valores considerados "excessivamente altos" em relação à renda passou de 25,7% em 2013 para 28,8% em 2014 em todo o país.
Na cidade de São Paulo, o percentual de famílias que usam mais de 30% da renda em aluguel subiu de 28,1% para 32,4%. Entre a parte mais pobre da população, o índice chega a quase 62%. O chamado "ônus excessivo" prejudica ainda mais os brasileiros com menor renda.
De acordo com o consultor financeiro Erasmo Vieira, o ideal é destinar à locação cerca de 15% da renda. "Se você coloca 30%, mas está adquirindo um imóvel, construindo patrimônio, até faz sentido. Mas a pessoa paga só para morar ali".
Para o professor da USP, João Rocha Lima Jr., a diminuição da renda das famílias pode pressionar o preço dos aluguéis, mas não há garantia de queda de preço. "Com o valor que se comprava 100 m² em 2005, usando como referência a região do Paraíso e da Vila Mariana [zona sul de SP], compra-se hoje 46 m²", diz. "Assim, o preço [da locação] fica alto porque a pessoa não compra e acaba alugando".
A doméstica Maria do Carmo dos Santos, 54, vive em uma casa na Chácara Santana, zona sul de SP, há cerca de um ano. Mudou-se para ela após não concordar com o reajuste de aluguel anterior, de onde viveu por 15 anos.
"O dono queria subir o valor antes do fim do contrato", diz ela, que teve os ganhos reduzidos após afastamento do trabalho, há um ano, por problemas de saúde.
Lima Júnior diz o mercado de locação sofre com a falta de conhecimento da demanda e da oferta. "Os proprietários cobram com base no que julgam mais razoável".