Crise do emprego se espalha pelo país, mostra IBGE

RIO DE JANEIRO – A taxa de desemprego cresceu em 22 das 27 unidades da federação no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, mostram dados divulgados pelo IBGE, ontem.
Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, disse que o aumento da procura por trabalho foi o grande responsável pelo crescimento da taxa de desemprego no país.
Segundo ele, os trabalhadores perderam o emprego no setor privado e foram trabalhar por conta própria (autônomos, como camelôs), uma atividade que gera menor renda para as famílias.
"Sem a estabilidade do emprego, outros membros da família procuraram trabalho. Isso inflou a procura. É um processo que estamos vendo há alguns trimestres", disse Azeredo.
O resultado se refletiu no desempenho das grandes regiões do país. No Nordeste, a taxa chegou a 10,8%, a maior entre as regiões. Essa taxa era de 8,6% no mesmo período do ano passado.
A taxa também cresceu em outras regiões na comparação com o mesmo período de 2014: Sudeste (6,9% para 9%), Norte (6,9% para 8,8%), Sul (4,2% para 6%) e Centro-oeste (de 5,4% para 7,5%).
Para Azeredo, o desempenho da região Sudeste chamou atenção por ser um "farol" do que vem pela frente no mercado de trabalho.
"No Sudeste houve aumento do desemprego em todos os Estados. Eles concentram a atividade econômica do país, têm as grande empresas, setor automotivo, 44% da força de trabalho. Ela anuncia o que vai acontecer com o emprego", disse Azeredo.  (Folhapress)