“Prefeito, por que você não arruma o Brasil?”

Rogério J. Lorenzetti*

Nesta semana tive a alegria de inaugurar uma reforma completa em mais uma das escolas municipais. Desta vez foi a Hermeto Botelho, escola de referência que, com a nota de 6,9 no IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) aferido através de provas feitas pelo MEC (Ministério da Educação), é atualmente a melhor avaliada em Paranavaí, com uma nota de destaque nacional.

A escola recebeu diversas melhorias no seu prédio, inclusive ar condicionado nas salas e novos equipamentos para uso dos professores e conforto das crianças. O valor investido ultrapassou a cifra de 900 mil reais, um robusto investimento do município na qualidade de suas instalações físicas e demais móveis e objetos adquiridos.

Assim como ela, outras escolas estão sendo reformadas de forma que todas, neste período administrativo, recebam melhorias necessárias à sua conservação ou adaptação ao período integral. Mais que dobramos as escolas desta modalidade e no ano que vem, mais uma escola, a Edith Ebiner, localizada na Chácara Jaraguá, passará a ter este tempo de atendimento, já consagrado entre os educadores como o melhor em termos de aproveitamento para a formação das crianças.

Ao final da cerimônia, durante a abordagem dos pais e das crianças para fotos comigo e os professores, um menino de aproximadamente sete anos me abordou e fez um questionamento; "Prefeito, por que você não arruma o Brasil?". Fiquei surpreso com a pergunta e busquei explicar de forma resumida a competência de cada administrador no território que foi eleito.

Mas, dentro da singela inocência da idade, aquela criança de olhos brilhantes interpretou, baseada provavelmente na opinião dos pais e nas notícias do país, que o prefeito que teve competência para arrumar sua escola teria para arrumar o Brasil também.

Fiquei comovido e lisonjeado pela sua avaliação. Refletindo sobre o episódio e tomando conhecimento dos últimos números do déficit fiscal brasileiro, que só não foi maior por que alguns estados e municípios geraram superavit financeiro, cheguei à conclusão que a solução embutida no questionamento da criança foi acertada.

Os outros entes federados precisam seguir o exemplo dado pelas administrações municipais cujos prefeitos(as), com muitas dificuldades, conseguem manter os orçamentos em equilíbrio, em parte pela cobrança a que estão submetidos pelos órgãos de fiscalização e a Lei de Responsabilidade Fiscal, mas principalmente por gestões eficientes dos recursos públicos. Ressalvadas aquelas situações de mau uso e corrupção, a maioria consegue, dentro da lei, cuidar bem do seu povo.

*Rogério J. Lorenzetti, prefeito reeleito de Paranavaí