Em debate uso do bagaço e a palha de cana na produção de energia

MARINGÁ – Para incentivar a expansão da cogeração de energia elétrica pelas usinas sucroenergéticas paranaenses e, com isso, suprir a demanda no estado a partir do aproveitamento de bagaço e da palha da cana-de-açúcar – fontes renováveis abundantes -, a cidade de Maringá (PR) sedia nesta sexta-feira (30/10) o 1º Simpósio de Biomassa e Cogeração de Energia.
A iniciativa é da Associação de Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná (Alcopar) em parceria com o Sistema Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Companhia Paranaense de Energia (Copel) e Governo do Estado.
Programado para o período das 8 horas às 18 horas no Hotel Deville, o evento deve contar com a participação de técnicos, dirigentes de empresas, lideranças e autoridades.
POTENCIAL – Um estudo encomendado por Alcopar e Faep aponta que é grande o potencial para a produção de energia de biomassa no estado, com as vantagens de demandar um investimento relativamente baixo e sem impacto ambiental.
Das 27 unidades que integram o setor de bioenergia no Paraná, 13 já possuem capacidade instalada para processar mais de 1,8 milhão de toneladas de cana por ano (volume mínimo para viabilizar a cogeração).
Elas poderiam oferecer ao Sistema Elétrico Interligado o equivalente a 1,2 turbina das 12 existentes na Usina de Itaipu. Isto, segundo dados da Copel, seria o suficiente para suprir toda a demanda, em megawatts médios, de Curitiba e Maringá juntas.
OPORTUNIDADE – “Trata-se de uma grande oportunidade para o estado e também para as empresas sucroenergéticas”, salienta o presidente da Alcopar, Miguel Rubens Tranin, lembrando que o setor enxerga aí um caminho para a retomada de seu crescimento.
De acordo com Tranin, a cogeração representaria um aumento de 15% a 20% no fluxo financeiro das empresas, com reflexos positivos na economia do Paraná.
AMPLIAR – O estudo revelou ainda que a cogeração de energia já poderia ser mais de quatro vezes maior que o volume comercializado em 2014, de 756 mil megawatts (MW) hora/ano pelas sete usinas paranaenses que já fornecem atualmente o insumo para compradores de fora do Estado. De acordo com Tranin, com o aumento do plantio de cana e a aplicação de novas técnicas, as 13 unidades que já possuem capacidade instalada poderiam ampliar a oferta de energia elétrica para 3.251 gigawatts (GW) hora/ano até 2020.