O Noroeste em páginas

*Adão Ribeiro

O Diário do Noroeste chega aos 60 anos. Superando desafios – incluindo um grande incêndio em 1975 e uma geada preta no mesmo ano – o DN “teima” chegar nas nossas casas, retratando em capítulos a história da região.
Uma mídia tradicional que incorporou tecnologia, mas manteve a essência: tinta e papel, manipulados por dezenas de profissionais, gerando informação relevante e com ética, no sentido mais amplo do termo.
Dizendo assim, “tinta e papel”, parece simples. Porém, o dia no DN começa cedo, reunindo braços, corações e mentes.
Levando em conta os processos, tudo começa por volta das 7 horas, quando se apresentam os primeiros colaboradores, e termina nas primeiras horas da manhã seguinte com o fim da expedição.
Entre a chegada da Cleide (copa e cozinha) até a saída do Miruchi e companhia (distribuição), são várias etapas, passando por mais de cinquenta colaboradores nos setores de direção, recepção, comercial, redação, diagramação, revisão, gráfica, expedição, arquivo, RH, etc. Cada funcionário com o seu ofício é fundamental na construção dessa história.
Porém, o DN só existe por determinação de um octogenário que soube reinventar o Jornal nos momentos difíceis, jamais perdendo a esperança. Na mesma medida, nunca se embriagou de vaidade nas conquistas. Manteve-se sereno e, do alto das suas oito décadas, consegue se rejuvenescer quando o assunto é Diário do Noroeste.
Portanto, reconhecimento ao Euclides Bogoni – Cidadão Honorário do Paraná – e Dona Cira, casal que é o pulsar do DN, seu corpo e seu sangue, sua mente.
Como colaborador do DN, sou testemunha de 1/3 dessa trajetória. Em 1994, quando me apresentei na redação do DN para o primeiro dia de trabalho, o ritmo era intenso e combinava com os meus 20 anos. Dizer “Eu sou repórter do Diário” era, e continua sendo, motivo de orgulho.  
Acumulei experiência (profissional e de vida), mas ainda me realizo com uma boa reportagem, ouvindo os dois ou mais lados, mediando as verdades de cada um e deixando a reflexão para o leitor, que pode, assim, exercer o seu direito de fazer juízo a partir da informação.
Os 60 anos do DN são, portanto, a celebração do sonho, do empreendedorismo, do respeito, da oportunidade e do direito ao acesso irrestrito.
Festejemos DN.

*Adão Ribeiro é repórter do DN, historiador pela Unespar – Universidade Estadual do Paraná