A corrupção existe, sim senhores…
Dirceu Cardoso Gonçalves*
As mais destacadas figuras – a presidente da República e o presidente da Câmara – agora resolveram bater boca. Ela garante que não há corrupção no governo, ele diz não ter recebido propina, e ambos ironizam o que o outro diz, enquanto o país mergulha na sua mais grave crise da história recente.
Ambos deveriam pensar mais no país e nos seus deveres de ofício do que no próprio umbigo, deixando que a Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça apurem, sem interferências políticas, a existência (ou não) de corrupção.
Por tudo o que se tem visto, através do noticiário e das prisões de criminosos do colarinho branco, a corrupção existe, e de forma desenfreada, envolvendo órgãos estatais e considerável parte do parlamento. Discutir isso é perda de tempo e de credibilidade.
Em vez de negar a corrupção, Dilma faria melhor se demitisse sumariamente todos os integrantes do seu governo – especialmente os de primeiro escalão – cujos nomes aparecem envolvidos em ilícitos.
Os substituísse por técnicos capazes de oferecer sustentabilidade à administração pública, que hoje é deficitária em razão da incompetência administrativa e da colocação dos interesses eleitoreiros acima dos da Nação.
Eduardo Cunha, em vez de perder tempo com o bate-e-rebate com o governo, iria melhor se cuidasse apenas da produtividade da Câmara Federal, trabalhando para que os projetos ali tramitassem sem demora e com o interesse voltado apenas para o bem público e não em favor de grupos.
A essa altura dos acontecimentos, tanto Dilma quanto Cunha, independente da ação que desenvolvam, se tiverem dívidas no cartório, um dia serão chamados a saldá-las. Deveriam guardar suas energias para esse momento, provavelmente solitário. Hoje, o que se espera de ambos é que cumpram o seu dever assumido no juramento de posse e atuem para evitar a ampliação da crise nacional.
O governo tem a função de governar e o Legislativo (Senado e Câmara), além de legislar, tem a tarefa de fiscalizar o Executivo, coisa que dificilmente se cumpre em tempos como os atuais, onde o sistema de coalizão “compra” os votos legislativos e a liberdade dos parlamentares e os aprisiona num curral, onde jamais conseguirão cumprir o que prometeram ao eleitorado na hora em que pediram o voto.
Mais do que “impeachment” presidencial ou cassação de mandatos parlamentares, o Brasil precisa revisar sua estrutura de poder. O combate à corrupção é caso de polícia e justiça e, bem ou mal, já acontece. Mas a estruturação do poder, sem a nefasta promiscuidade entre Executivo e Legislativo, talvez dependa de uma ampla reforma constitucional. Sem isso, a crise permanecerá sistêmica, independente de quem esteja no governo.
As mais destacadas figuras – a presidente da República e o presidente da Câmara – agora resolveram bater boca. Ela garante que não há corrupção no governo, ele diz não ter recebido propina, e ambos ironizam o que o outro diz, enquanto o país mergulha na sua mais grave crise da história recente.
Ambos deveriam pensar mais no país e nos seus deveres de ofício do que no próprio umbigo, deixando que a Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça apurem, sem interferências políticas, a existência (ou não) de corrupção.
Por tudo o que se tem visto, através do noticiário e das prisões de criminosos do colarinho branco, a corrupção existe, e de forma desenfreada, envolvendo órgãos estatais e considerável parte do parlamento. Discutir isso é perda de tempo e de credibilidade.
Em vez de negar a corrupção, Dilma faria melhor se demitisse sumariamente todos os integrantes do seu governo – especialmente os de primeiro escalão – cujos nomes aparecem envolvidos em ilícitos.
Os substituísse por técnicos capazes de oferecer sustentabilidade à administração pública, que hoje é deficitária em razão da incompetência administrativa e da colocação dos interesses eleitoreiros acima dos da Nação.
Eduardo Cunha, em vez de perder tempo com o bate-e-rebate com o governo, iria melhor se cuidasse apenas da produtividade da Câmara Federal, trabalhando para que os projetos ali tramitassem sem demora e com o interesse voltado apenas para o bem público e não em favor de grupos.
A essa altura dos acontecimentos, tanto Dilma quanto Cunha, independente da ação que desenvolvam, se tiverem dívidas no cartório, um dia serão chamados a saldá-las. Deveriam guardar suas energias para esse momento, provavelmente solitário. Hoje, o que se espera de ambos é que cumpram o seu dever assumido no juramento de posse e atuem para evitar a ampliação da crise nacional.
O governo tem a função de governar e o Legislativo (Senado e Câmara), além de legislar, tem a tarefa de fiscalizar o Executivo, coisa que dificilmente se cumpre em tempos como os atuais, onde o sistema de coalizão “compra” os votos legislativos e a liberdade dos parlamentares e os aprisiona num curral, onde jamais conseguirão cumprir o que prometeram ao eleitorado na hora em que pediram o voto.
Mais do que “impeachment” presidencial ou cassação de mandatos parlamentares, o Brasil precisa revisar sua estrutura de poder. O combate à corrupção é caso de polícia e justiça e, bem ou mal, já acontece. Mas a estruturação do poder, sem a nefasta promiscuidade entre Executivo e Legislativo, talvez dependa de uma ampla reforma constitucional. Sem isso, a crise permanecerá sistêmica, independente de quem esteja no governo.
*Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)