Agente carcerário mantido refém em rebelião que terminou com um ferido

A população de Nova Esperança viveu momentos de tensão na noite de sábado para domingo. Na cadeia, um carcereiro foi feito refém durante tentativa de fuga e houve disparos de arma de fogo – um preso foi baleado no braço e na barriga.
O carcereiro ficou com uma arma apontada para a cabeça por mais de seis horas. Ao ser libertado apresentava ferimentos no braço esquerdo e na cabeça.
O comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar (8º BPM), major Ademar Carlos Paschoal, conduziu as negociações. Os presos exigiam a presença da imprensa e de advogados. Reclamavam da superlotação, da qualidade da comida e exigiram algumas transferências.
TENTATIVA – De acordo com as informações da Polícia Militar, por volta das 21h40 o agente carcerário de 40 anos entrou na cadeia para fazer a contagem dos presos. Ele e um companheiro perceberam através das imagens das câmeras de segurança uma movimentação suspeita.
Ao entrar na cadeia, o funcionário público foi surpreendido por três detentos e teve a arma tomada pelos presos. Outro carcereiro efetuou disparos na intenção de evitar a fuga.
Equipes de apoio vieram de várias cidades da região. A equipe da ROTAM de Paranavaí também foi acionada. Nos primeiros contatos os presos garantiam a integridade física do agente de carceragem, porém, durante a maior parte do tempo permaneceu com a arma apontada para sua cabeça.
O detento baleado foi retirado do local para receber atendimento médico. Após receber alta retornou para a cadeia onde, por telefone, garantiu aos demais detentos que havia advogados e integrantes da imprensa intermediando os pedidos.
Por volta das 4h o agente carcerário foi libertado. Foi realizada uma operação bate-grade e diversas armas artesanais e alguns telefones celulares foram encontrados no interior da cadeia. Somente depois disso que a situação voltou à normalidade.
SUPERLOTAÇÃO – A cadeia de Nova Esperança tem a capacidade para 20 presos, porém, no dia da rebelião abrigava 95 detentos.
Além do excesso de pessoas, os presos reclamam da alimentação. Os rebelados alegam que a comida na maioria das vezes chega azeda. Uma empresa terceirizada é a responsável pela comida dos presos.
O Poder Judiciário de Nova Esperança irá analisar a possibilidade de transferências de alguns presos para tentar diminuir a quantidade de detentos na cadeia da cidade. Sobre a comida a empresa responsável pelo preparo será chamada para dar explicações.