Delator na Lava Jato diz que pagou propina de US$ 5 mi a Eduardo Cunha
SÃO PAULO (FOLHAPRESS) – O empresário da Toyo Setal e delator na Operação Lava Jato, Júlio Camargo, disse ao juiz Sergio Moro, ontem, que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu a ele propina de US$ 5 milhões em um contrato de navios-sonda da Petrobras.
No depoimento, prestado em Curitiba, Camargo disse que o pedido de propina teria ocorrido pessoalmente, em uma reunião no Rio. O valor, afirmou, foi pago por meio de Fernando Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB em contratos com a Petrobras.
É a primeira vez que Camargo, cujo acordo de delação premiada foi homologado em dezembro do ano passado, cita Eduardo Cunha como destinatário da propina.
Em nota, presidente da Câmara disse ser "muito estranho" o delator ter mudado a versão na véspera de seu pronunciamento em rede nacional e acusa o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de ter articulado o depoimento.
O nome do parlamentar surgiu quando o delator respondia a Moro se ele vinha sendo pressionado a pagar propina por Baiano. Camargo contou que procurou o operador para intermediar um encontro com Cunha por causa de requerimentos apresentados na Câmara dos Deputados contra ele, Camargo, e contra a empresa Mitsui.
Pelo relato de Camargo, o peemedebista cobrou o valor para si quando afirmou haver um débito "entre você [Camargo] e o Fernando Baiano".
"Tivemos um encontro o deputado Eduardo Cunha, Fernando Soares e eu. Eu fui bastante apreensivo. O deputado Eduardo Cunha é conhecido como uma pessoa agressiva, mas confesso que comigo foi extremamente amistoso dizendo que ele não tinha nada pessoal contra mim, mas que havia um débito meu com o Fernando do qual ele era merecedor de US$ 5 milhões", relatou Camargo.
OUTRO LADO – Em nota, Cunha voltou a atacar o procurador-geral da República, responsável pelo pedido de investigação contra o deputado na Lava Jato.
O presidente da Câmara disse ser "muito estranho" o delator ter mudado a versão na véspera de seu pronunciamento em rede nacional e acusa Rodrigo Janot de ter articulado o depoimento.
"Que as ameaças ao delator tenham conseguido o efeito desejado pelo Procurador-Geral da República, ou seja, obrigar o delator a mentir", disse.
Após a divulgação da nota, Cunha falou na Câmara que não se deixará ser "constrangido" e "fragilizado" pelo depoimento do delator. "Eu estou absolutamente tranquilo", disse.
Questionado se poderia fazer uma acareação com Júlio Camargo para falar "olho no olho", Cunha afirmou que "fala com quem quer que for".
"Eu não tenho dificuldade nenhuma de rebater quem quer que seja. Ele está mentindo e o delator tem que provar sua mentira. O ônus da prova é de quem acusa", disse.
No depoimento, prestado em Curitiba, Camargo disse que o pedido de propina teria ocorrido pessoalmente, em uma reunião no Rio. O valor, afirmou, foi pago por meio de Fernando Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB em contratos com a Petrobras.
É a primeira vez que Camargo, cujo acordo de delação premiada foi homologado em dezembro do ano passado, cita Eduardo Cunha como destinatário da propina.
Em nota, presidente da Câmara disse ser "muito estranho" o delator ter mudado a versão na véspera de seu pronunciamento em rede nacional e acusa o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de ter articulado o depoimento.
O nome do parlamentar surgiu quando o delator respondia a Moro se ele vinha sendo pressionado a pagar propina por Baiano. Camargo contou que procurou o operador para intermediar um encontro com Cunha por causa de requerimentos apresentados na Câmara dos Deputados contra ele, Camargo, e contra a empresa Mitsui.
Pelo relato de Camargo, o peemedebista cobrou o valor para si quando afirmou haver um débito "entre você [Camargo] e o Fernando Baiano".
"Tivemos um encontro o deputado Eduardo Cunha, Fernando Soares e eu. Eu fui bastante apreensivo. O deputado Eduardo Cunha é conhecido como uma pessoa agressiva, mas confesso que comigo foi extremamente amistoso dizendo que ele não tinha nada pessoal contra mim, mas que havia um débito meu com o Fernando do qual ele era merecedor de US$ 5 milhões", relatou Camargo.
OUTRO LADO – Em nota, Cunha voltou a atacar o procurador-geral da República, responsável pelo pedido de investigação contra o deputado na Lava Jato.
O presidente da Câmara disse ser "muito estranho" o delator ter mudado a versão na véspera de seu pronunciamento em rede nacional e acusa Rodrigo Janot de ter articulado o depoimento.
"Que as ameaças ao delator tenham conseguido o efeito desejado pelo Procurador-Geral da República, ou seja, obrigar o delator a mentir", disse.
Após a divulgação da nota, Cunha falou na Câmara que não se deixará ser "constrangido" e "fragilizado" pelo depoimento do delator. "Eu estou absolutamente tranquilo", disse.
Questionado se poderia fazer uma acareação com Júlio Camargo para falar "olho no olho", Cunha afirmou que "fala com quem quer que for".
"Eu não tenho dificuldade nenhuma de rebater quem quer que seja. Ele está mentindo e o delator tem que provar sua mentira. O ônus da prova é de quem acusa", disse.