Blog ataca juiz no PR e divulga bens de promotores que investigam fraude
LONDRINA (FOLHAPRESS) – Responsáveis pela investigação sobre um esquema de fraude milionário na Receita Estadual do Paraná, promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e o juiz da 3ª Vara Criminal de Londrina (PR), Juliano Nanuncio, viraram alvo de ataques de um blog apócrifo, intitulado "Santo de Barro".
No blog, o autor chama o juiz Nanuncio de "incompetente" e afirma que ele atua no caso por "chantagem", sem mencionar o motivo.
Também são divulgadas a lista de bens dos promotores e fotos da casa de um deles – localizada no mesmo condomínio de luxo onde morava o auditor fiscal Luiz Antônio de Souza, que está preso, acusado também por crimes de exploração sexual de menores e que se tornou o principal delator do caso.
Há ainda um link para acessar os salários de cada promotor, além de críticas ao auxílio-moradia pago a juízes e integrantes do Ministério Público no Paraná.
O blog, hospedado na plataforma de publicação pessoal WordPress, diz que filhos de auditores fiscais são alvo de bullying na escola e relaciona a tentativa de suicídio de um dos auditores investigados.
O site ainda traz artigos acusando os integrantes do Ministério Público de agir com arbitrariedade para obter delações premiadas forçadas na Operação Publicano, investigação iniciada no final do ano passado e que envolve cerca de 100 auditores fiscais, além de empresários do Paraná, por fraude no fisco estadual.
Segundo o Ministério Público, o esquema existe há mais de três décadas e faturava cerca de R$ 50 milhões.
Apesar de não admitirem oficialmente, a reportagem apurou que os promotores do Gaeco já adotaram providências para tentar localizar o autor do blog. Uma das possibilidades é rastrear o IP do computador de onde partiram as postagens.
Para isso, a empresa Automattic Incorporation, que administra o site WordPress e está sediada em São Francisco (EUA), deverá fornecer os dados de acesso. As publicações no blog estão sendo postadas desde março. Nos últimos dias, a divulgação do site tem sido intensificada com o envio do link de acesso para políticos e imprensa.
CRIME – O juiz Nanuncio disse que o objetivo do site é "criminoso". De acordo com ele, o autor precisa ser identificado. "O trabalho é transparente, as decisões estão aí, fundamentadas. Evidentemente, nem todo mundo concorda".
Nanuncio afirma que defende a livre expressão, mas lembrou que os ataques podem ser interpretados como crimes contra a honra.
Classificado como "inquisidor" pelo blog, o promotor do Gaeco, Renato de Lima Castro, disse que se sente "feliz que pessoas que não têm qualquer escrúpulo moral ataquem o Ministério Público". Para ele, os ataques significam que o Gaeco está realizando um trabalho eficiente para erradicação "da corrupção, que é avassaladora no Brasil".
O coordenador estadual do Gaeco, Leonir Batisti, também citado no blog, disse que não perde "uma noite de sono" devido a publicações com ataques ao órgão. "Às vezes eu nem comento opiniões inteligentes e de fontes identificadas, imagina se vou me preocupar com malandros que se escondem no anonimato".
No blog, o autor chama o juiz Nanuncio de "incompetente" e afirma que ele atua no caso por "chantagem", sem mencionar o motivo.
Também são divulgadas a lista de bens dos promotores e fotos da casa de um deles – localizada no mesmo condomínio de luxo onde morava o auditor fiscal Luiz Antônio de Souza, que está preso, acusado também por crimes de exploração sexual de menores e que se tornou o principal delator do caso.
Há ainda um link para acessar os salários de cada promotor, além de críticas ao auxílio-moradia pago a juízes e integrantes do Ministério Público no Paraná.
O blog, hospedado na plataforma de publicação pessoal WordPress, diz que filhos de auditores fiscais são alvo de bullying na escola e relaciona a tentativa de suicídio de um dos auditores investigados.
O site ainda traz artigos acusando os integrantes do Ministério Público de agir com arbitrariedade para obter delações premiadas forçadas na Operação Publicano, investigação iniciada no final do ano passado e que envolve cerca de 100 auditores fiscais, além de empresários do Paraná, por fraude no fisco estadual.
Segundo o Ministério Público, o esquema existe há mais de três décadas e faturava cerca de R$ 50 milhões.
Apesar de não admitirem oficialmente, a reportagem apurou que os promotores do Gaeco já adotaram providências para tentar localizar o autor do blog. Uma das possibilidades é rastrear o IP do computador de onde partiram as postagens.
Para isso, a empresa Automattic Incorporation, que administra o site WordPress e está sediada em São Francisco (EUA), deverá fornecer os dados de acesso. As publicações no blog estão sendo postadas desde março. Nos últimos dias, a divulgação do site tem sido intensificada com o envio do link de acesso para políticos e imprensa.
CRIME – O juiz Nanuncio disse que o objetivo do site é "criminoso". De acordo com ele, o autor precisa ser identificado. "O trabalho é transparente, as decisões estão aí, fundamentadas. Evidentemente, nem todo mundo concorda".
Nanuncio afirma que defende a livre expressão, mas lembrou que os ataques podem ser interpretados como crimes contra a honra.
Classificado como "inquisidor" pelo blog, o promotor do Gaeco, Renato de Lima Castro, disse que se sente "feliz que pessoas que não têm qualquer escrúpulo moral ataquem o Ministério Público". Para ele, os ataques significam que o Gaeco está realizando um trabalho eficiente para erradicação "da corrupção, que é avassaladora no Brasil".
O coordenador estadual do Gaeco, Leonir Batisti, também citado no blog, disse que não perde "uma noite de sono" devido a publicações com ataques ao órgão. "Às vezes eu nem comento opiniões inteligentes e de fontes identificadas, imagina se vou me preocupar com malandros que se escondem no anonimato".