Clubes apostam em associados fiéis para compensar déficits

A depender da arrecadação nos jogos, os times que disputam o Campeonato Paranaense de Acesso (2ª Divisão) estariam completamente falidos.
Aliás, ao longo da história são muitos os times que suspenderam as atividades ao enfrentarem dificuldades financeiras, o que não é privilégio dos clubes das divisões inferiores.
Com altos salários para os jogadores, altos custos de frequentes viagens e manutenção de estádios, até mesmo os grandes clubes do futebol brasileiro enfrentam dificuldades, chegando a recorrer a dinheiro público, como aconteceu recentemente para construção de estádios com ostentação, em que uma proposta foi aprovada no Congresso Nacional para perdoar as dívidas com INSS, entre outros benefícios, e vetada pela presidente Dilma.
Para manter as despesas e contratar jogadores, mesmo pagando salários absurdos, alguns times tentam se organizar atraindo associados fieis. São exemplos o Internacional de Porto Alegre e o Palmeiras de São Paulo, que seguem exemplos de times estrangeiros, como o Barcelona, Bayern de Munique, Real Madri e outros, cujas arrecadações através desses associados lhes dão condições de equilibrar o déficit.
Aqui no Paraná, é evidente a crise pela qual passa o Paraná Clube e menos gravemente o Atlético-PR e o Coritiba, da capital. No interior, cidades maiores como Londrina e Maringá chegaram a se limitar à formação de equipes humildes, só para não dizer que não mantinham mais o futebol.
Pior que a vida dos grandes, é naturalmente a vida dos pequenos. Mal conseguem patrocinadores para amenizar o déficit, já que não podem depender da arrecadação dos jogos, como pode se constatar na tabela publicada nesta mesma página.
2ª DIVISÃO – Veja-se o exemplo do Atlético Clube Paranavaí e do PSTC (Paraná, Soccer Technical Center) com sede em Londrina. Ambos fizeram a melhor campanha na 1ª fase do certame da 2ª Divisão e, pela lógica, deveriam ter auferido as melhores arrecadações.
No entanto, em nove rodadas, o PSTC amargou prejuízos em sete delas e o time de Paranavaí em cinco delas. Mas o que sobrou não deu para pagar a viagem e outras despesas implicadas em cada jogo. Em apenas dois dos cinco jogos realizados em Paranavaí o saldo foi positivo.
A média de público nos 39 jogos realizados na 1ª fase – isto porque dois deixaram de ser realizados com a desistência do time de Francisco Beltrão e em outros dois não consta cobrança de ingresso – foi de 450,36 pagantes. Em apenas 15 dos 39 o saldo de arrecadação foi positivo e em 24 negativo. Em Paranavaí a média de público pagante por jogo foi de 680,2 e nos jogos do ACP fora de casa a média foi de 763,3.
Os maiores públicos foram verificados em Pato Branco na 2ª rodada, no jogo em que o Pato Branco e o Toledo Colônia Work empataram em 0x0 (1.156 pagantes) e em Toledo, em que o time local perdeu para o Atlético de Paranavaí por 5×1 pela 3ª rodada (1.020 pagantes).
Como o preço do ingresso é variável, as maiores arrecadações não coincidem com os maiores públicos. As maiores rendas foram verificadas em Pato Branco, em que o time local venceu ao Clube Andraus Brasil de Campo Largo por 1×0 pela 6ª rodada (R$ 15.077,50), seguindo-se na 5ª rodada em que o time local perdeu para o Cianorte por 1×0 (R$ 14.050,00); na 2ª rodada, em que o time local empatou em 0x0 com o Toledo CW (R$ 12.055,00).
A 4ª maior renda verificou-se em Apucarana em que o time local venceu ao Pato Branco por 2×1 (R$ 11.550,00). Como as despesas também são variáveis em cada jogo, os maiores déficits foram verificados na 8ª rodada em Apucarana (R$ 5.854,20); na 1ª rodada em Apucarana (5.827,85); na 6ª rodada em Guarapuava (R$ 5.578,40).
Os maiores superávits foram verificados na 6ª rodada em Pato Branco (R$ 9.309,08); na 5ª rodada em Pato Branco (R$ 8.245,80); na 9ª e última rodada em Pato Branco (R$ 6.368,04) e na 2ª rodada em Pato Branco (R$ 6.327,15).