Investigação da Lava Jato contra políticos será demorada, diz Janot

BRASÍLIA (FOLHAPRESS) – O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou ontem que será demorada a investigação contra políticos investigados no STF (Supremo Tribunal Federal) por suspeita de participação no esquema de corrupção na Petrobras.
Janot afirmou que há uma série de procedimentos que precisam ser desenvolvidos, mas assegurou que "as investigações estão seguindo um curso normal".
"Como eu disse lá atrás, essa é uma investigação que não é curta, será demorada. As diligências estão sendo cumpridas a contento. Enfim, caminhamos firmes na elucidação desses fatos", disse o procurador.
"É difícil [de prever a duração]. Em alguns casos, devemos fazer perícia, em outros casos vamos ter que fazer quebra [de sigilos], em outros que contar cooperação internacional. Então depende do inquérito, depende da diligência em si para apurar essas provas. Tem inquéritos mais avançados, outros menos avançados, diligências mais complexas, e outras diligências menos complexas", completou.
Nesta semana, a Polícia Federal solicitou ao STF ampliação do prazo para a coleta de provas em 15 dos 26 inquéritos que tratam da Lava Jato. Os casos serão analisados pelo ministro Teori Zavascki, que deve ouvir Janot em relação à demanda. Normalmente, o relato dos casos costuma acatar a extensão do prazo.
Entre os casos que tiveram pedido de prorrogação estão: o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), os senadores Valdir Raupp (PMDB-RO), Humberto Costa (PT-PE), Antonio Anastasia (PSDB-MG), entre outros.
"Isso [pedidos] é uma rotina na tramitação dos inquéritos. Então, a autoridade policial tem um prazo determinado para cumprimento de diligências. No caso específico, várias das diligências foram requisitadas pelo próprio Ministério Público. Vencido esse prazo, a autoridade policial pede a prorrogação de prazo e estamos analisando e devemos restituir ainda ao ministro Teori. E a tendência será realmente a concessão de mais prazo porque são várias as diligências a serem realizadas", afirmou.