Número de consumidores com contas atrasadas cresce 3,76% em março, aponta SPC Brasil

O número de consumidores com contas atrasadas no mês de março aumentou 3,76% – em relação a março do ano passado -, de acordo com o banco de dados ao qual o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) têm acesso.
Este resultado representa uma aceleração, quando comparado com a sondagem de fevereiro deste ano (2,33%), mas fica muito próximo da alta registrada em março de 2014, quando o aumento fora de 3,46%.
Também foi verificado o mesmo movimento com a quantidade de dívidas não pagas: a elevação em março foi de 3,46%, acima dos 1,81% registrados em fevereiro e semelhante ao crescimento de 3,50% em março do ano passado.
Existem dois fatores que atuam de forma contrária sobre os números de inadimplência, que mantêm as variações positivas em relação aos dados do ano passado, mas sem fazer com que haja uma tendência declarada de aceleração.
O primeiro deles diz respeito aos efeitos da atual conjuntura macroeconômica desfavorável, que têm dificultado o pagamento das contas de um modo geral – por conta da inflação elevada, do alto custo das taxas de juros e da piora dos dados de emprego e de renda -, o que naturalmente tende a elevar os índices de inadimplência.
Por outro lado, houve a partir de 2013 e com mais intensidade em 2014, um recuo na demanda e na oferta de crédito na economia brasileira, o que tende a frear o consumo de bens dependentes do crédito e, consequentemente, reduzir a inadimplência do consumidor.
“Os varejistas brasileiros já notam uma queda na demanda dos consumidores por produtos de maior valor agregado e dependentes de financiamento como eletrodomésticos da linha branca, automóveis, móveis e materiais de construção”, afirma o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
Já pelo lado dos bancos, a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, explica que as instituições financeiras passaram a ser bem mais rigorosas e criteriosas na hora de conceder financiamentos, fato que colaborou a reduzir a oferta de crédito na economia.