Família uma instituição humana, mas também eterna

Leandro Maria Machado Campos*

Ontem, foi publicado no Diário do Noroeste (pg. 4) artigo intitulado “Em Defesa da Família, Seja como for”, de Reinaldo Silva, afirmando que a pessoa que só aceita a família tradicional, formada por pai, mãe e os filhos e não aceita a família que tem origem na união de indivíduos do mesmo sexo, é pessoa movida pelo ódio fundamentalista disfarçado de moralismo.
O primeiro esclarecimento sobre isso, é que Silva na verdade está usando um estratagema de rotulação odiosa, ligando a pessoa que não acredita nesta constituição familiar à uma ideia odiada por todos; o preconceito.
Porém, isso não é argumento. A discussão vai muito além, porque as pessoas do mesmo sexo não podem ter filhos. Essa é constituição do corpo, pois as partes que compõem o sistema digestivo são distintas das que formam o sistema reprodutor. As pessoas do mesmo sexo não se completam fisiologicamente, sendo bem diferentes os órgãos e as células reprodutoras masculinas e femininas, que, em última instância, dão origem a vida.
A incapacidade de reconhecer a própria natureza (e a estrutura fisiológica) de cada gênero está levando algumas pessoas a negarem a sua própria constituição corporal, mas o erro está indo mais longe, figurando agora como princípios de leis. O que a lei deveria garantir é o direitos de todos, mas sem contrariar a realidade lógica e abstrata da vida.
No entanto, o cerne do artigo de Silva é o abandono das crianças que precisam ser adotadas e que agora podem ser adotadas por casais homoafetivos. Essa é uma daquelas saídas que encontramos para os problemas, que cria mais distúrbios sociais.
Pois os livros de psicologia demonstram que a primeira forma de aprendizagem da criança com o mundo é através da imitação. Então como vamos deixá-los sem um referencial da família (seja homem ou mulher) para reconhecer e imitar as atitudes, preferencias, comportamentos ligados à natureza e ao convívio social.
Precisamos, sim, colaborar com essas crianças. Se estão abandonadas, por que não adotamos? Não visitamos? Não levamos para passar um final de semana com a nossa família? Por que não somos voluntários?
As politicas públicas de defesa da criança não funcionam? Parece que temos uma parcela de responsabilidade e de falta de caridade (amor a Deus e ao próximo).
As crianças criadas por mães solteiras, pais viúvos, avós ou tios, não entram na discussão – essas situações podem fugir de uma simples opção.
Para as pessoas que concordam com uma única estrutura de família, formada por pai, mãe e filhos, afirmo que as leis não anulam a nossa inteligência e nem nos impede de falar, mesmo com as pessoas homossexuais sobre esse assunto, já que isso não é preconceito, mas uma forma de encontrar sempre a verdade, porque manter o dialogo não é excluir, mas acolher, pois somos seres humanos, com erros, acertos, pecados e vontades.
A sociedade está sofrendo o efeito colateral de politicas, princípios e leis que criam mais divisões do que unidade. Que não reconhecem a natureza humana e que deixaram o Cristianismo de lado, pelo politicamente correto (e pela ideia de estar de bem com todos). Como se esclarecer e discordar fossem princípios de preconceito ou de algo parecido.
Como Católico Apostólico Romano considero fácil viver conforme o mundo, mas juntar as minhas vontades, as ideias, os sofrimentos, a realidade concreta à Cruz de Jesus Cristo, buscando refrigério na oração e na palavra de Deus, isso sim é difícil e precisa de muita sinceridade intelectual e coragem, porque é viver um martírio tão difícil como ser pregado de cabeça para baixo (como Pedro) ou perdê-la (como Paulo). O que importa é a vida eterna.
Portanto, “Em defesa da família, não é como for”.

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