Associação orienta paralisação da colheita de mandioca e bloqueios

A Associação dos Mandiocultores do Paraná (Aproman) está orientando os produtores a paralisar a colheita a partir da próxima segunda-feira. Também serão feitos bloqueios em locais estratégicos, evitando que o produto chegue até as indústrias. A informação é do presidente da Aproman, Francisco Androvicis Abrunhoza.
A decisão, explica, foi tomada em reunião ontem à tarde em Maria Helena (Região de Umuarama). No Extremo-Noroeste a organização ficará a cargo de agricultores locais, também integrantes da associação.
Com esse formato, o protesto deve se reduzir ao setor, já que as estradas não devem ser bloqueadas para o tráfego em geral de produtos e de veículos. A ideia inicial era fechar as rodovias, a exemplo do ocorrido no mês passado durante protesto dos caminhoneiros.
A decisão tomada ontem se deu após duas reuniões de lideranças do setor em Brasília. Os produtores e industriais se reuniram com a Câmara Setorial da Mandioca e depois com a ministra da Agricultura, Kátia Abreu.
MINISTRA ACENA COM MELHORIAS – Na reunião da Câmara Setorial não houve avanços, inclusive a partir de declarações do representante da Conab – Companhia Nacional de Abastecimento. A informação foi publicada ontem pelo DN, a partir de declarações da Aproman. Porém, a ministra Kátia Abreu acenou com a atendimento das reivindicações, confirma Abrunhoza.
Dentre os pleitos estão a revisão do preço mínimo (hoje R$ 170,00 a tonelada da raiz), retomada das aquisições do Governo Federal (AGF) e dos empréstimos do Governo Federal (EGF). A ministra deverá dar um posicionamento para o setor já na segunda-feira, coincidindo com o primeiro dia da paralisação.
A Aproman entende que o protesto terá reflexos imediatos, pois o Paraná produz cerca de 70% do amigo de mandioca do país. Por outro lado, a Aproman cresce em número de associados. São cerca de 2.300 atualmente, fala o presidente. No Paraná são cerca de 40 mil produtores de mandioca, gerando aproximadamente 33 mil postos de trabalho.  
Atualmente a tonelada de mandioca está cotada em R$ 150,00.  Problema é que o custo de produção, segundo os agricultores, ultrapassam R$ 200,00.
Em dezembro de 2013, a cotação oficial indicava R$ 550,00 a tonelada. Em igual mês do ano passado a tonelada foi vendida a R$ 219,00 – redução de 60,18%. O pico da desvalorização veio no início deste ano, com cotações de até R$ 140,00 a tonelada.
A estimativa para a safra 2014/2015 é de 37.617 hectares, com rendimento médio de 24 toneladas por hectare. Isso deve representar 902,808 toneladas.
O Paraná deve colher nesta safra (2014/2015) cerca de 04 milhões de toneladas, o que representaria crescimento de 5% em relação à safra anterior. Cerca de 52% do total plantado se concentram na Macrorregião Noroeste.
A produção vai ficar em torno de 20,8 milhões de toneladas na região. A área total com plantio no Paraná é de 165.352 hectares, dos quais, 85.983 no Noroeste.