Confirmada morte cerebral de vítima de tiroteio em pesqueiro

O comerciante Dirceu Lauro, 62 anos, teve morte cerebral confirmada ontem na Santa Casa de Paranavaí, onde estava hospitalizado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) desde o último domingo, quando foi vítima de disparo de arma de fogo por assaltantes que invadiram o seu pesqueiro. O tiro atingiu a cabeça.
No final da tarde a informação era de que a família doaria os órgãos do comerciante. Médicos de outros centros estariam se deslocando para fazer o encaminhamento dos transplantes, procedimentos sempre planejados e com tempo máximo para execução.
Lauro é a segunda vítima fatal neste crime, já no local do assalto foi assassinada com três tiros a cliente do espaço de lazer, Kelita Natiane da Silva Delgado, 23 anos. O namorado dela ficou ferido sem gravidade, a exemplo de um sobrinho da segunda vítima fatal.
O delegado da 8ª Subdivisão Policial de Paranavaí, Carlos Henrique Rossato Gomes, informou que as investigações estão em curso, preferindo não antecipar detalhes para não atrapalhar a sequência do trabalho.
No dia do crime chamou atenção a violência utilizada pela dupla de ladrões, bem como o fato de a vítima mais atingida ser uma mulher, o que (em tese) representaria menos risco em eventual reação. Por isso, outras linhas de investigação, além de latrocínio (roubo seguido de morte) não foram descartadas.
Após a fuga dos assaltantes, a Polícia Militar foi acionada e esteve no pesque-pague. A informação foi que as vítimas estavam com as mãos amarradas, portanto, não tiveram como reagir.
Os criminosos fugiram levando as carteiras das vítimas e uma pistola que pertencia ao proprietário do pesqueiro, localizado no Jardim Santa Terezinha, próximo das Chácaras Jaraguá, na BR-376.
RELATO DA VÍTIMA – Quando a Polícia chegou (acionada por uma das vítimas), o proprietário ainda estava consciente e teria explicado que os dois criminosos estavam no pesqueiro antes da ação. Eles teriam chegado em uma moto e tomaram algumas cervejas.
Nesta dinâmica, esperaram o movimento diminuir para render o comerciante e o casal de namorados. Depois, de mãos amarradas, as vítimas foram levadas para um quarto dentro do comércio. Enquanto o proprietário era agredido por um dos criminosos, o outro vasculhou a propriedade, encontrando a pistola.
Apenas nesse momento chegou o sobrinho do proprietário (que teve ferimentos menos graves). Também rendido, embora sem ter as mãos amarradas, acabou colocado junto com as outras vítimas.
Em sua declaração inicial, o homem não soube explicar como iniciaram os tiros. Ele mesmo (Dirceu Lauro) nem percebeu que tinha sido alvejado na cabeça. O ferimento que acabou levando à morte cerebral só foi verificado na Santa Casa. O namorado da mulher que morreu foi quem saiu em busca de socorro, encontrando viatura da PM no Jardim Oásis.