Três cidades da região em epidemia de dengue

Três cidades da região estão atualmente em epidemia de dengue. Esta é uma das revelações da planilha atualizada sobre a doença na região, divulgada ontem pela 14ª Regional de Saúde, que abrange 28 municípios. Estão com quadro epidêmico os municípios de Loanda, São João do Caiuá e São Pedro do Paraná.
Os dados oficiais dão noção de como a dengue tem evoluído nas cidades do Noroeste. Na última quinta-feira eram 1.209 notificações em 2015. No mapa atualizado são 1.498 registros – crescimento de 23,9% em 07 dias. O crescimento foi ainda mais acentuado na semana anterior, quando ultrapassou a 72%.
Ainda assim, os registros oficiais não correspondem inteiramente à realidade. Isto porque muitas cidades têm notificações não inseridas no sistema.
Há casos em que apenas 50% das ocorrências foram cadastradas. Uma das razões é a falta de pessoal para digitar e alimentar o sistema da regional, conforme aponta o coordenador da Divisão de Vigilância em Saúde, Valter Sordi Júnior.
Dentre as cidades com epidemia o cenário mais delicado é de São João do Caiuá com 840 notificações, crescimento de 19,82% em relação à semana passada quando foram contabilizados 701 registros.
São João tem pouco mais de 06 mil moradores. A cidade já confirmou oficialmente 268 casos positivos, mas, estima-se que haja dezenas fora desta contabilização.
Outra cidade com muitos registros é Loanda, que saltou de 199 para 295 notificações nos dados da 14ª Regional – um aumento de 48,24%. São 94 positivos neste controle fechado anteontem.
Nesta cidade uma situação emblemática do que é verificado na região. Embora ainda não inseridos nos registros do Estado, a cidade tem 134 confirmações de dengue e o número de notificados subiu para 366. Loanda é a segunda maior cidade da região em termos populacionais, atrás apenas de Paranavaí. São 22.288 moradores.
Em São Pedro do Paraná são 46 registros contra 36 da semana anterior, ou seja, crescimento de 27,77%. A cidade tem 2.506 habitantes.
Paranavaí, a maior cidade, tem nessa nova atualização 83 casos notificados, sendo 10 confirmados em exames laboratoriais. No levantamento anterior eram 72 pacientes notificados. A cidade vive uma calma apenas relativa, já que há muitos focos do mosquito Aedes aegypti, como informa o diretor da Vigilância em Saúde, Randal Khalil Fadel. Portanto, condições para uma epidemia.
PREOCUPAÇÃO – Coordenadora da Seção de Vigilância Sanitária da Regional, Nilce Casado demonstra preocupação com a demora na reversão dos quadros epidêmicos. Lembra que um surto dura pouco mais de dois meses.
Mas, a situação regional mostra que a doença permanece há vários meses. Ele defende respostas rápidas de controle, planejamento e ações preventivas de rotina, antes das epidemias.
Pede também a participação da comunidade, ainda indiferente ao perigo da dengue. Ela lembra que pessoas já morreram e, ainda assim, as pessoas negligenciam cuidados básicos tais como limpar quintal e não jogar lixo em terrenos baldios. Adverte que tais práticas podem gerar processo criminal, além de multa. Trata-se de um crime contra a saúde pública, insiste.  
A Santa Casa de Paranavaí informou ontem à tarde, através da CCIH – Comissão de Controle de Infecção Hospitalar – que havia um paciente internado numa das alas com sintomas de dengue. Trata-se de uma pessoa de Paranavaí. Seu estado não era grave.