Polícia mata suspeitos de atentados na França

BRASÍLIA (Abr) – O presidente da França, François Hollande, elogiou a ação das forças de segurança que resultou na morte de três suspeitos de terrorismo, pouco depois das 17h de ontem (14h no horário de Brasília).
Dois deles atacaram o semanário satírico francês Charlie Hebdo e um fez cinco reféns em um supermercado judeu. Os dois atentados acabaram com 19 mortos e 20 feridos.
O líder francês pediu “vigilância” à população, ressaltando a necessidade dos franceses serem “cautelosos” neste momento, mesmo com a segurança reforçada no país. Após três dias do atentado ao jornal, Hollande disse que o país “enfrentou”, mas “ainda não pôs fim, às ameaças de que é alvo”.
“A França, apesar de estar consciente de as ter enfrentado, apesar de saber que pode contar com as forças de segurança, com homens e mulheres capazes de atos de coragem e bravura, ainda não acabou com as ameaças”.
Como fez logo após o ataque à sede do semanário Charlie Hebdo, Hollande pediu unidade à nação. “Venho apelar para a vigilância, unidade e mobilização”, disse.
O presidente ressaltou que a França deve rejeitar o racismo e o anti-semitismo. Acrescentou que os responsáveis pelo atentado são “fanáticos” e que “não têm nada a ver” com a religião muçulmana.
O líder francês agradeceu os gestos de solidariedade dos vários chefes de Estado e populações de diferentes países e chamou os franceses a participarem da marcha marcada para a tarde de domingo, em Paris. A manifestação havia sido convocada imediatamente depois do atentado contra o jornal Charlie Hebdo.
MORTOS – Os irmãos Said e Cherif Kouachi, suspeitos do atentado de quarta-feira ao jornal satírico Charlie Hebdo, foram mortos pela polícia francesa após intensa perseguição e cerco policial.
Várias explosões e tiros foram ouvidos nas proximidades da empresa gráfica na localidade de Dammartin-en-Goële, a noroeste da capital, Paris, onde os irmãos se refugiaram pela manhã, depois de uma troca de tiros com a polícia francesa, fazendo pelo menos um refém.
Segundo a agência de notícias France Presse, os suspeitos saíram atirando nos policiais que cercavam o prédio. A polícia conseguiu libertar um refém que os suspeitos mantiveram em cativeiro durante várias horas.
LIBERTA REFÉNS – A polícia francesa invadiu ontem, pouco depois das 17h, horário local, um supermercado kosher, no leste de Paris, onde um homem armado fez vários reféns, conforme noticiou a agência de notícias France Presse. Vários reféns foram libertados.
A invasão ocorreu logo após serem ouvidas várias explosões. De acordo com a imprensa francesa, o sequestrador foi morto.
Segundo fontes das forças de segurança citadas pela France Presse, pelo menos quatro dos reféns também foram mortos.

Al Qaeda no Iêmen é responsável por ataque

A Al Qaeda do Iêmen dirigiu o ataque contra o jornal satírico francês "Charlie Hebdo" em Paris, disse ontem um integrante do grupo, conhecido como Al Qaeda da Península Arábica (AQAP, na sigla em inglês).
"A liderança da AQAP dirigiu as operações e escolheu seu alvo cuidadosamente", afirmou.
Segundo o integrante do grupo, que forneceu à agência Associated Press uma declaração em inglês, o massacre de 12 pessoas no jornal, conhecido por satirizar as religiões, foi "uma vingança pela honra" do profeta Maomé.
No comunicado, ele afirma que o ataque correspondia aos alertas feitos pelo líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, morto em maio de 2011, ao Ocidente sobre "as consequências da persistência na blasfêmia contra as santidades muçulmanas".
Ele acrescentou que o grupo demorou em reivindicar autoria pela ação por "razões de segurança".
A informação surgiu depois dos irmãos Said Kouachi, 34, e Chérif Kouachi, 32, suspeitos pelo massacre no jornal, terem sido mortos durante ação policial.