Mantega elogia gestão em documento, mas reconhece necessidade de ajuste

O último documento do Ministério da Fazenda sobre perspectivas para o futuro da economia brasileira publicado neste ano faz um balanço da gestão Guido Mantega à frente da pasta nos últimos oito anos.
No boletim "Economia Brasileira em Perspectiva – Edição Especial", publicado ontem, o ministro diz ainda que a economia nacional nunca esteve tão forte, mas reconhece que são necessárias mudanças para que o país volte a crescer.
Para ele, os problemas recentes são fruto, principalmente, da seca prolongada no Brasil e de mudanças na política econômica dos EUA. Mantega também destaca "uma piora nos índices de confiança de consumidores e empresários com a proximidade das eleições presidenciais", sem afirmar, no entanto, qual fator eleitoral afetou a economia.
"Estes e outros problemas conjunturais, que apareceram nos últimos dois anos, são superáveis e não invalidam o fato de que, hoje, mais do que em outra época, a economia brasileira está sólida e, com os devidos ajustes, preparada para engatar um novo ciclo de crescimento nos próximos anos", afirma o atual ministro às vésperas de deixar o cargo.
PASSADO E FUTURO – No boletim, a Fazenda não traça projeções para o futuro. No caso do PIB (Produto Interno Bruto), por exemplo, usa uma estimativa da pesquisa Focus de crescimento de 0,2% para 2014, feita no fim de novembro. Essa é a mesma previsão divulgada pelo Banco Central na semana passada no Relatório de Inflação.
Em sua primeira página, o boletim lista os resultados que a Fazenda avalia ter alcançado nos últimos oito anos, período da gestão Mantega. Entre eles, crescimento, queda do desemprego, inflação sob controle e responsabilidade fiscal.
Em seguida, na apresentação assinada pelo ministro, há um balanço do período de 12 anos da gestão petista até o momento, no qual se fala em "mais de uma década de política desenvolvimentista".
MATRIZ MACROECONÔMICA – O ministro também afirma que, para vencer o agravamento da crise externa a partir de meados de 2011, o governo utilizou uma "nova matriz macroeconômica", formada por redução de juros, desonerações tributárias e moderação na valorização do real.
"Tudo isso resguardado o regime de metas de inflação e a manutenção de superávits primários consistentes com a redução da dívida pública", afirma Mantega no texto.