Quantidade de focos do mosquito da dengue ainda é alta em Paranavaí

Do dia 1º até 19 de dezembro, os agentes de controle de endemias encontraram 301 focos de larvas do Aedes aegypti em residências de Paranavaí. O problema está em todos os bairros, mas é maior na região central da cidade e nos Jardins São Jorge e Santos Dumont.
De acordo com o diretor da Vigilância em Saúde, Randal Fadel Filho, a quantidade de criadouros encontrada nos últimos dias revela o descaso da população. Só para se ter uma ideia, 42,9% dos focos de larvas estão em pequenos depósitos móveis, por exemplo, bebedouros de animais.
Somam-se a essa situação as condições do tempo favoráveis à reprodução do Aedes aegypti – calor e chuvas frequentes – e o fato de que municípios da região enfrentam epidemia de dengue. “Nossa preocupação é muito grande”, disse o secretário de Saúde, Agamenon Arruda de Souza.
O diretor da Vigilância em Saúde, Randal Fadel Filho, explicou que muitos mosquitos que estão nascendo agora resultam das desovas feitas pelas fêmeas em 2013, quando Paranavaí enfrentou a pior epidemia de dengue de todos os tempos. Oficialmente, foram mais de 10 mil pessoas com a doença.
Neste ano, com ações mais sistematizadas para combater a dengue, o número de casos positivos reduziu drasticamente: de 1º de janeiro até a última segunda-feira foram 559 notificações de casos suspeitos, com 99 confirmações e 448 resultados negativos. O restante ainda aguarda a conclusão de exames laboratoriais.
Considerando o novo ano epidemiológico, que tem início em agosto, já são 161 notificações, com apenas um caso positivo de dengue. Três ainda estão sendo investigados e os demais foram descartados.
Fadel Filho explicou o motivo da diferença entre o número de pessoas doentes no ano passado e agora. “Conseguimos estabilizar a circulação viral na cidade, com bloqueios e maior fiscalização”. Segundo ele, a rapidez no atendimento às pessoas com sintomas de dengue também tem sido fundamental para esse controle.
FIM DE ANO – O diretor da Vigilância em Saúde manifestou preocupação com este final de ano. É que, por causa das férias e dos feriados, muitas pessoas viajam e não fazem a devida limpeza nos quintais. Além disso, os agentes de combate a endemias têm mais dificuldade para fazer as visitas de rotina às residências. O acúmulo de embalagens de presentes nos quintais pode ser outro agravante.
LIRA – E, como as ações de combate à dengue precisam ser frequentes, já no dia 5 de janeiro um novo levantamento será feito em toda a cidade para saber qual é o índice de infestação pelo mosquito transmissor. A partir de então, novas estratégias serão traçadas pela equipe da Vigilância em Saúde.
O Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti é feito quatro vezes por ano. Em 2014, os índices registrados foram 2,5%, 2,2%, 1,1% e 0,8%. A previsão para o início de 2015 é que o percentual seja bem maior do que o registrado recentemente. Segundo Fadel Filho, poderá chegar a 2,5%.
TODOS JUNTOS – O prefeito Rogério Lorenzetti foi enfático ao afirmar que o combate à dengue é um trabalho de todos – poder público e comunidade precisam atuar de forma conjunta. “Só vamos vencer esta batalha se estivermos preparados. Não podemos correr o risco de repetir o que aconteceu no ano passado”, disse.

Notificações e multas
A partir de janeiro de 2015, os agentes de controle de endemia farão notificações para os moradores que não mantiverem os quintais limpos: a emissão acontecerá sempre que forem encontrados focos de larvas de mosquitos.
As larvas serão recolhidas para análises laboratoriais e, enquanto isso, o morador notificado terá até cinco dias para ir à sede da Vigilância em Saúde. Se os exames confirmarem se tratar de Aedes aegypti, o morador será multado. Caso a larva seja de outro tipo de mosquito, será aplicada uma advertência.