Aumento da conta de luz em 2015 vai ajudar a cobrir rombo do setor elétrico

BRASÍLIA – O aumento do custo da energia elétrica para o consumidor, a partir de janeiro do ano que vem, se tornou uma parte da solução para o atual rombo nas contas das distribuidoras.
O setor elétrico imagina que serão necessários mais R$ 3 bilhões para conseguir fechar o pagamento da compra de energia de 2014. A pendência é referente aos gastos extras feitos em novembro e dezembro e será quitada em janeiro e fevereiro do próximo ano.
Também no início de 2015 começa a valer o sistema de bandeiras tarifárias, que irá aumentar o preço da energia mensalmente se os custos para atendimento da população estiverem altos.
Durante o ano de 2014 essas bandeiras (ainda em fase de testes) estiveram vermelhas praticamente todos os meses – indicando que deveria ser aplicado aumento máximo nos preços.
De acordo com estimativas da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a cada mês em que essas bandeiras estiverem vermelhas em todo país, há um aumento na arrecadação das distribuidoras em R$ 800 milhões.
Sendo a despesa mensal em aberto quase R$ 3 bilhões, caberia ao governo encontrar uma solução para equacionar o montante restante, ou seja, quase R$ 1,4 bilhão. Contando que seriam arrecadados R$ 1,6 bilhão em janeiro e fevereiro com as bandeiras tarifárias.
De acordo com o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, esses cálculos ainda estão sendo aprimorados pela agência para se chegar a números mais precisos.

A crise do setor elétrico

2012
Com a redução do preço da energia, distribuidoras ficaram terminaram o ano com menos contratos do que o necessário para garantir o fornecimento em 2013.
2013
O governo realizou dois leilões para completar a energia que faltava, mas ambos fracassaram;
Os únicos contratos que as distribuidoras podem fazer são da energia comprada em leilões.
2014
Com a seca, o preço da energia disparou no mercado de curto prazo, segmento que as empresas precisaram recorrer para manter o fornecimento;
Somente em janeiro, o governo injetou R$ 1,2 bilhão nas distribuidoras para cobrir o rombo;
Para o restante do ano, o governo organizou um empréstimo de R$ 11,2 bilhões junto a bancos públicos e privados;
Um leilão de emergência, em 30 de abril, foi realizado, mas a oferta escassa restringiu a compra por parte da distribuidoras;
Com isso, o dinheiro do empréstimo mal deu para cobrir o buraco até abril;
Um novo empréstimo, com juros mais altos, de R$ 6,6 bilhões, foi feito, mas o dinheiro também acabou antes do previsto: outubro;
A conta estimada para os meses de novembro e dezembro é de R$ 3 bilhões, que as distribuidoras dizem não ter.
Fontes: Aneel, CCEE