Ataque do Taleban no Paquistão mata 132 crianças

SÃO PAULO – Um ataque da milícia islâmica do Taleban deixou ao menos 141 mortos e mais de 120 feridos em uma escola em Peshawar, no Paquistão, segundo Asim Bajwa, porta-voz do Exército. A maioria das vítimas tinha entre 12 e 16 anos.
Segundo Bajwa, 132 dos mortos são menores, enquanto os outros nove são funcionários. O ataque é um dos piores na história paquistanesa.
A operação do Exército para resgatar os estudantes que ficaram reféns terminou após cerca de oito horas de confrontos, quando todos os militantes morreram, segundo militares.
Mais cedo, o Taleban disse ter enviado seis homens-bomba ao local e informou que tinha de 300 a 400 estudantes reféns.
Soldados cercaram a área, enquanto helicópteros e ambulâncias eram enviados ao local. Sete militares ficaram feridos.
Num dia comum, a escola militar pública recebe até mil alunos, sendo a maioria filhos de militares, segundo a CNN.
O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, disse que o ataque era uma "tragédia nacional".
"Ao atingir alunos e professores neste ataque hediondo, os terroristas mais uma vez mostraram a sua depravação", disse o presidente dos EUA, Barack Obama, em comunicado divulgado pela Casa Branca.
TALEBAN – O Taleban paquistanês, que luta para derrubar o governo e criar um estado islâmico, prometeu intensificar ataques contra alvos paquistaneses em resposta a uma grande operação militar contra os insurgentes nas áreas tribais.
O porta-voz do Taleban, Muhammad Umar Khorasani, disse que o grupo era responsável pelo ataque. "É um ataque de vingança pela ofensiva do Exército no Waziristão do Norte." A ofensiva do governo na área tribal começou em junho.
DE REPENTE – "Nós estávamos do lado de fora da escola e os tiros começaram de repente. Houve caos e gritos de alunos e professores", disse Jamshed Khan, motorista de ônibus escolar.
O ministro da saúde local, Shahram Khan, já havia informado antes sobre a morte de 16 crianças, uma professora e um soldado.
Um aluno contou à televisão local que estavam em prova quando o ataque começou.
"Nossos professores mandaram que ficássemos quietos e deitados no chão. Ficamos ali por uma hora. Quando o tiroteio acabou, soldados vieram e nos levaram para fora."