No Congresso, arcebispo pede que senadores busquem a ética na política

BRASÍLIA – Na missa de encerramento dos trabalhos do Senado de 2014, o arcebispo de Brasília, Dom Sérgio da Rocha, pediu que os políticos brasileiros façam a "busca incansável pela ética na política" e atuem contra a "corrupção e a desonestidade".
O pedido ocorreu durante a homilia (sermão) da missa, acompanhada pelo presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), e outros congressistas como José Sarney (PMDB-AP) e Jorge Viana (PT-AC), vice-presidente do Senado.
"Aos que atuam no Congresso Nacional pedimos a Deus para rezar para que cultivem os valores que vêm do Evangelho: justiça, paz, honestidade. E a busca incansável da ética na política", afirmou.
"É preciso deixar para trás tudo o que contraria os interesses de Deus. Superar o que vai destruindo a vida, a dignidade das pessoas, como a incitação da violência, corrupção, mentira, desonestidade", completou o arcebispo.
Renan sentou na primeira fileira da plateia da missa, realizada no Salão Negro do Congresso na manhã desta quinta-feira (11), ao lado de outros congressistas. Menos de dez entre os 81 senadores participaram da celebração.
O presidente do Congresso foi chamado para fazer a primeira leitura. Renan optou por não comungar. Católico praticante, Sarney participou da comunhão e fez uma das orações dos fiéis durante a celebração.
O arcebispo também defendeu, durante a homilia, que as pessoas olhem sempre para "os que mais precisam". Também pediu que todos sejam mais "solidários" e agradeçam àqueles que permitem que os trabalhos do Congresso sejam realizados. "Os quem atuam aqui no Congresso, como parlamentares, servidores, contaram com a ajuda de muita gente para chegar neste lugar. Esse olhar [de Deus] que se volta para os senhores se completa com gratidão em relação às pessoas que estão conosco", disse o arcebispo.
Ao final da celebração, Dom Rocha pediu que todos os presentes promovam a "justiça e a paz para o nosso povo".
A missa foi co-celebrada por outros padres, entre eles o deputado José Linhares (PP-CE), que ocupa sucessivos mandatos na Câmara desde 1991.
Linhares chamou nominalmente todos os parlamentares para participarem da celebração, entre eles Sarney, a quem se dirigiu como "eterno presidente" do Congresso. O deputado disse que vai deixar a vida pública a partir do ano que vem, dedicando-se às suas atividades como sacerdote.
Escolhido para falar em nome dos senadores ao final da missa, Flexa Ribeiro (PSDB-PA) também fez uma homenagem a Sarney –que deixa a vida pública em fevereiro, quando termina o seu mandato no Senado. "Por vontade própria, e não do povo, vossa excelência deixa de exercer sua atividade. Mas continuará conosco em todos os momentos do parlamento", disse o tucano.