Greening afeta culturas cítricas, mas está restrita a apenas três estados
O responsável pelo número expressivo de plantas erradicadas foi o Huanglongbing (HLB), conhecido popularmente como Greening, doença que afeta culturas cítricas no Brasil desde 2004.
Dessa forma, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) alerta aos produtores sobre as práticas de controle previstas no Manual de Procedimentos para Execução de Levantamentos Fitossanitários e Ações de Prevenção e de Controle e na Instrução Normativa (IN) nº 53.
A IN n° 53 contém ações para prevenção e controle do HLB, que incluem, por exemplo, a vistoria contínua dos pomares cítricos já instalados como sendo responsabilidade dos produtores; a fiscalização dos órgãos estaduais para a produção de mudas sadias de plantas cítricas e emissão das permissões para trânsito de material cítrico entre Estados.
De acordo com o fiscal federal agropecuário Ricardo Raski, “o Mapa atua como responsável nacional, junto com os órgãos de defesa fitossanitária de cada Estado, no monitoramento e ações de prevenção e controle da doença”.
EXPRESSIVIDADE – A área de culturas cítricas – laranjas, limões e tangerinas – em SP, PR e MG é de aproximadamente 630 mil hectares, o que representa praticamente 73% da área plantada com culturas cítricas no Brasil – aproximadamente 863 mil hectares.
O grande número de plantas erradicadas se afigura como um alerta para o setor produtivo para a necessidade de se manter um controle contínuo da doença, já que o mercado para cítricos no País tem grande expressividade econômica: o volume de suco de laranja exportado em outubro foi de aproximadamente 290 mil toneladas.
Além disso, cerca de 80% da produção brasileira de laranja é transformada em suco, o que coloca o Brasil como maior exportador mundial, responsável por 60% da bebida produzida no mundo. Em 2013, a exportação de suco de laranja do Brasil rendeu ao país US$2,46 bilhões.
A doença
O greening é transmitido pela bactéria Candidatus liberibacter spp, em suas três formas, disseminada pelo inseto Diaphorina citri, conhecido como psilídeo.
Na planta, a doença é percebida pela presença de ramos com folhas amareladas, na parte alta da copa. É preciso arrancar a planta doente e plantas suspeitas ao seu redor, para evitar que o psilídeo continue a contaminar novas plantas.
O controle da doença precisa ser contínuo, feito através de: monitoramento dos pomares, para detecção e arranquio de plantas doentes; controle do inseto psilídeo; plantio de mudas cítricas sadias na instalação de novos pomares e remoção de outras plantas hospedeiras do psilídeo, como a murta de cheiro (dama da noite). Os pesquisadores no Brasil e em outros países continuam trabalhando para obter plantas cítricas resistentes ou tolerantes ao HLB, como ação promissora adicional de controle da doença a longo prazo.