HIPERTENSÃO ARTERIAL

Mais conhecida como “pressão alta”, nada tem a ver com coração, pois a “força”, a ação de bombeamento pelo órgão, chama-se EJEÇÃO.
O que seria então “pressão alta”, que mais corretamente deveria ser chamada de “tensão sanguínea”? A pressão alta nada mais é do que a tensão que o sangue exerce nas paredes das artérias enquanto circula pelo corpo, daí o nome PRESSÃO ARTERIAL.
Essa tensão do sangue sobre o vaso ocasiona resistência por parte da parede da artéria, resistência essa aferida pelos aparelhos de pressão, cujo nome é esfigmomanômetro.
Para se medir a pressão arterial deve-se sempre pensar em sangue e artéria. A medida se faz de maneira indireta, do seguinte modo: insufla-se um manguito posicionado em uma determinada região do corpo por onde passa uma artéria (mais comumente no braço, podendo ser na coxa ou outra região, como antebraço ou perna).
Uma vez insuflado o manguito, “apertando-se” a artéria, bloqueia-se a passagem do sangue e, ao afrouxá-lo, volta-se a dar passagem do sangue por essa artéria comprimida, sendo nesse exato momento (em que o sangue recomeça a passar pela artéria) que é medida a resistência da artéria através do registro no manômetro.
Pelo método auscultatório, ouve-se o ruído da passagem do sangue, sendo que o primeiro batimento auscultatório registra a denominada pressão sistólica, ou máxima, sendo a mínima aquela cuja marcação se registrará quando o sangue transita livremente pelo vaso sanguíneo, em total liberação.
12 de Máxima x 8 de Mínima são medidas de pressão arterial convencionadas como sendo “pressão normal”. Isso ocorre porque essas medidas são mais encontradiças no 7 bilhões de seres humanos da terra.
No entanto, estudos e trabalhos americanos recentes revelam que deveria ser considerada como normal aquelas pressões de cifras mais baixas possíveis, desde que a pessoa esteja sem quaisquer sintomas ou manifestações clínicas, sentindo-se perfeitamente bem, já que esses estudos ao longo do tempo vêm a demonstrar que tais pessoas têm mais saúde e maior longevidade do que aquelas com pressão arterial de 12×8.
Assim, se me fosse dada a opção escolha entre pressão arterial de 12×8 ou de 10×7, optaria pela segunda, pois a hipótese se enquadraria no princípio de que quanto mais baixa melhor.
No que tange ao tratamento da pressão arterial o arsenal terapêutico hoje é bem amplo, dispondo a medicina nessa área de nove grupos de medicamentos com mecanismos de ação diferentes para um adequado e eficaz controle.
Esses medicamentos terão ação no sistema de regulação da pressão arterial, interferindo nos elementos como renina, angiotensina I, angiotensina II, hormônios, catecolaminas, adrenalina, dopamina, etc., que são alguns dos vários componentes dessa cadeia e que promovem a regulação e estabilidade da variação normal da pressão.
As diferentes drogas desses 9 grupos de medicamentos agirão nesses receptores e farão os devidos equilíbrios pressóricos, conforme as circunstâncias e necessidade comportamental.
Esses grupos de drogas agirão com mecanismos variados, como ação central, diurético, bloqueadores alfa, bloqueadores beta, inibidores de enzimas cardioversora (IECA), bloqueadores do canal do cálcio, bloqueadores no sistema renina-angiotensina, e muitos outros, ou seja, cada um desses grupos abrange um grande número de medicamentos disponíveis no mercado, com diferentes modos de ação, nos vários setores de regulação da pressão arterial.
O tratamento anti-hipertensivo deverá ser individual e de conformidade a cada caso, ao passo que a utilização de cada droga dependerá da causa da patologia, da idade, do sexo, do tempo do surgimento da hipertensão arterial (recente ou antigo), de suas repercussões em órgãos alvo como rins, coração, cérebro, artérias, arteríolas, etc., ou seja, cada caso é um caso.
Uma droga ideal e de boa resposta num paciente, poderá não ser a ideal para outro, daí a necessidade da avaliação do médico acerca do tipo de pressão alterada, se primária ou secundária, tudo para que haja a adequada orientação para aquele determinado paciente.
A correta avaliação da eventual HIPERTENSÃO ARTERIAL deve ser realizada com uma boa ANAMNESE, EXAME FÍSICO, FUNDOSCOPIA, ELETROCARDIOGRAMA, M.A.P.A. (Monitoramento Ambulatorial da Pressão Arterial), TESTE DE ESFORÇO, além de diversos EXAMES DE SANGUE, URINA, ULTRASSONOGRAFIA, dentre outros, implicando em uma completa análise individual, caso a caso.
Como se trata de uma doença silenciosa, não se pode esperar para tratar. A pessoa deve cuidar-se preventivamente e, uma vez comprovada a existência da doença e suas repercussões, deverá ser submetida a tratamento adequado, com o devido monitoramento.