Instrutor diz que Fifa criou critérios objetivos para avaliar bola na mão

RIO DE JANEIRO – A Fifa enviou ao Brasil o ex-árbitro uruguaio Jorge Larrionda para dar uma palestra a árbitros, jogadores e jornalistas sobre dúvidas relacionadas a arbitragem, principalmente com relação à polêmica sobre mão na bola que tem gerado confusão nos jogos realizados no Brasil.
"A regra não mudou, mas o que não mudou também, na nossa equipe, é que os árbitros sigam tendo problema em identificar jogadas nessas situações. Por isso este tema é crucial para a Fifa. Para dar aos árbitros elementos objetivos para tratar dessa situação", disse Larrionda.
Ele reiterou a orientação de que se o jogador aumentar sua massa de corpo ele está assumindo o risco de tocá-la com a mão, mesmo sem intenção. Tem que marcar falta.
Em um dos vídeos usados, do jogo entre Alemanha e Argélia na Copa-2014, um jogador alemão chuta e a bola bate na mão do atleta argelino, que nem está olhando para a jogada. Mas, segundo Larrionda, o argelino se joga na bola para bloqueá-la com todo o corpo, e assume o risco de tocá-la com a mão.
"Ele aumenta o volume do corpo. Ele não sabia onde a bola iria? Mas assumiu esse risco, e os jogadores são inteligentes. Eles sabem que precisam bloquear a bola de qualquer jeito", disse o uruguaio.
Larrionda voltou a usar expressão que utilizou em seu curso que o jogador que abre o braço e corre o risco acaba tendo "mala suerte". Traduzindo, azar.
"É o azar. Não viu a bola não quer dizer que não houve mão deliberada. Abriu o braço, está correndo o risco", disse Larrionda.
Mas não é toda bola na mão que é pênalti. Ele mostrou lance de jogo entre Uruguai e França, na Copa de 2010, na África do Sul. Os franceses cobram escanteio, há um desvio de cabeça e a bola bate no braço de uruguaio, que está muito próximo do adversário. O lance é rápido.
"Nesse caso, muito perto, não se marca a falta. O jogador não assumiu o risco porque nem teve tempo", explicou Larrionda.